tag:blogger.com,1999:blog-51558709521709903432024-03-13T06:35:41.458-07:00Cine & LeiturasCarina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.comBlogger1318125tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-82686489074069420952022-11-03T09:41:00.001-07:002022-11-03T09:41:14.550-07:00 O debate (Guel Arraes e Jorge Furtado)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Escrito no calor do momento, é um livro com prazo de validade; seu grande clímax é deixar o leitor na expectativa de saber quem ganhará as eleições de 2022 (Lula ou Bolsonaro). Com uma tentativa de reproduzir o conteúdo na forma, a peça teatral contempla o debate dos dois protagonistas: um casal de jornalistas recém-divorciado, ambos progressistas, que discutem com ardor sobre os rumos das transmissões eleitorais televisivas.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-9ca2572f-7fff-383f-6944-8ee87d51c0d3"><span style="font-family: georgia;"><br /><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Apesar de um ou outro argumento bem elaborado, o texto é a reprodução de falas já muito marcadas em todas as discussões de bar, acrescentando pouco ou nada de mais profundo ao panorama atual. De certa forma, ainda bem que o texto ficou datado: é preciso abrir caminhos a novos diálogos e enterrar de vez os fantasmas de um passado miliciano.
</span></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://doispontos.vteximg.com.br/arquivos/ids/173127-1000-1500/m-access_token-4fe607e4-b5a6-48e1-814e-b086879a340b.jpg?v=637648355546930000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="533" height="800" src="https://doispontos.vteximg.com.br/arquivos/ids/173127-1000-1500/m-access_token-4fe607e4-b5a6-48e1-814e-b086879a340b.jpg?v=637648355546930000" width="533" /></a></div><br /></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-5698819692549469942022-11-03T09:39:00.002-07:002022-11-03T09:39:27.944-07:00Apague a luz se for chorar (Fabiane Guimarães)<p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Conheci a autora pela história das formigas compradoras de livros (</span><a href="https://www.folhape.com.br/cultura/formigas-invadem-kindle-e-compram-livros-sozinhas-relato-viraliza-nas/235248/" style="text-decoration-line: none;"><span style="color: #1155cc; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; text-decoration-line: underline; text-decoration-skip-ink: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">https://www.folhape.com.br/cultura/formigas-invadem-kindle-e-compram-livros-sozinhas-relato-viraliza-nas/235248/</span></a><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">). Além de contar casos insólitos, Fabiane Guimarães usa suas redes sociais para a divulgação de seu romance de estreia. Depois de ler os primeiros parágrafos da obra, fiquei com uma vontade enorme de saber como terminava o enredo.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-5a21cd4b-7fff-06fc-512f-3d54f82b5b7d"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Trata-se de uma história bastante cinematográfica, que facilmente poderia ser adaptada para as telas. Já do ponto de vista literário, o livro não sustenta tão bem o estilo cativante das páginas iniciais; alguns diálogos chegam a parecer reproduções de redações escolares, permeados de “ela disse”/”ele respondeu”. Não é uma leitura imperdível,mas tampouco é uma perda completa de tempo. O livro tem seus momentos (apesar de poucos). </span></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/816Kp+utAaL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="513" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/816Kp+utAaL.jpg" width="513" /></a></div><br />
</span><p></p><br />Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-13421774457709355872022-11-03T09:38:00.003-07:002022-11-03T09:38:22.911-07:00O morro dos ventos uivantes (Emily Brontë)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Conheci a obra por uma tradução de Rachel de Queiroz - achei um romancezinho interessante, mas sem entender o frisson que causava em tanta gente. Isso foi até perceber que o conservadorismo da escritora cearense se espraiou pelas charnecas inglesas.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-923c14d6-7fff-c2b2-5962-2ee10e687292"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Publicado durante a era vitoriana, marcada pela austeridade moral, o grande feito do livro é sua transgressão. Uma das leituras possíveis é entender o Morro dos Ventos Uivantes como uma alegoria do inferno. Por que uma tradução se atreveria a tornar o diabo menos feio do que parece? Ao limar o grotesco da escrita original, a tradução de Rachel invalidou o projeto como um todo. </span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Dessa vez, lendo em inglês, tornou-se um dos meus livros preferidos. É um jogo infinito de espelhos distorcidos, com vidas que replicam as mesmas histórias ao longo de gerações. Penso agora que esses personagens com nomes e feições iguais talvez tenham sido a inspiração dos "Cem anos de solidão", que é outro de meus queridos. Bastaria diminuir alguns anos na conta para que o título também coubesse aqui.</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Um exemplo da linguagem clara de Emily Brontë – e que vira rococó na tradução de Rachel de Queirós:</span><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“The master tried to explain the matter; but he was really half dead with fatigue, and all that I could make out, amongst her scolding, was a tale of his seeing it starving, and houseless, and as good as dumb, in the streets of Liverpool, where he picked it up and enquired for its owner.”</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">"O patrão tentou explicar o que acontecera, mas, como estava morto de cansaço, tudo o que consegui entender durante o raspanete da senhora, resumia-se a uma história em que falava de o ter encontrado faminto e sem abrigo, a vaguear pelas ruas de Liverpool, tendo-o tomado ao seu cuidado e tentado encontrar quem o reclamasse."
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://www.antofagica.com.br/wp-content/uploads/2021/05/ATF_3MorroVentosUivantes_2CadastroSite.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="534" height="800" src="https://www.antofagica.com.br/wp-content/uploads/2021/05/ATF_3MorroVentosUivantes_2CadastroSite.png" width="534" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-78616758110864229552022-11-03T09:36:00.004-07:002022-11-03T09:36:39.588-07:00Meu pequenino (Germano Zullo / Albertine)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Livro espelhado, em que as narrativas de vida da mãe e do filho se confundem. Os laços que unem no útero expandem-se para a vida, criando necessidades iguais em quem já foi uma só carne. Delicado e potente, consegue aprofundar reflexões sobre infância e velhice – e sobre o que fazemos com o miolo da vida.</span></span></p><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://d3ugyf2ht6aenh.cloudfront.net/stores/092/655/products/meu-pequenino-capa1-4e1eb7811347e6029a15621894711364-640-0.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="600" height="800" src="http://d3ugyf2ht6aenh.cloudfront.net/stores/092/655/products/meu-pequenino-capa1-4e1eb7811347e6029a15621894711364-640-0.png" width="600" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-90824200966663684152022-11-03T09:34:00.002-07:002022-11-03T09:34:20.736-07:00Tudo é rio (Carla Madeira)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Mais que um divisor de águas na nossa literatura contemporânea, é um divisor de opiniões: são muitos os elogios à obra, mas há quem prefira chamá-la de irresponsável.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-cad192a2-7fff-74cc-d787-bc56ebe57dff"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Eu fico boiando em meio ao caminho. O início do romance é o que menos me agradou, com frases de efeito forçadas e a ideia da prostituta que ama o que faz, como se não houvesse graves violências na sujeição imposta de corpos ao prazer alheio.</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Aos poucos, o livro melhora. Surgem personagens cativantes e a autora afina seu estilo, criando cenas de muita beleza. O problema é que, no fim das contas, trata-se de um enredo sobre perdoar o imperdoável, com passada de pano à misoginia mais brutal.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/816Udvs9O7L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="539" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/816Udvs9O7L.jpg" width="539" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-79359473751491809912022-11-03T09:33:00.003-07:002022-11-03T09:34:34.518-07:00Angola Janga (Marcelo D'Salete)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Rico documento sobre a história do Quilombo dos Palmares, o quadrinho justifica suas escolhas narrativas com base em documentos e fatos. </span></span></p><span id="docs-internal-guid-77363303-7fff-6c8a-8082-374b48697a98"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">É uma versão bastante diferente da que conhecemos da época escolar. Alguns elementos romanceados suprem lacunas, para que os discursos sobre a resistência não venham apenas da fonte oficial - padres, governantes, bandeirantes.</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Apesar da relevância de uma obra desse calibre em nosso meio editorial, confesso que esperava um pouco mais. O traço e os diálogos nem sempre são bem acabados, tornando a leitura menos impactante do que deveria ser.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/915T6yast4L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="554" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/915T6yast4L.jpg" width="554" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-62495499342555250062022-11-03T09:31:00.003-07:002022-11-03T09:31:39.401-07:00Incitación al nixocidio (Pablo Neruda)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Escrito pouco antes da morte de Neruda, este é um livro de protesto contra políticas genocidas e corruptas. Apesar da distância temporal e espacial, serve também como reflexo de nossos dias.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-e010ee7c-7fff-a89a-eba6-175ceaab9859"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do ponto de vista literário, contudo, os poemas pouco convencem. O tom de manifesto aniquila o lirismo - não que uma poesia com ódio não seja possível, mas não é o que ocorre aqui.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZloUo671xynO80n0udoZSWX4LsI8r7UaH2g&usqp=CAU" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="275" data-original-width="183" height="275" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZloUo671xynO80n0udoZSWX4LsI8r7UaH2g&usqp=CAU" width="183" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-57518788643933371312022-11-03T09:30:00.002-07:002022-11-03T09:30:17.273-07:00Lágrimas de oro (Alejandro Jodorowsky)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Da produção multissemiótica do chileno Alejandro Jodorowsky, só conhecia o filme "Poesia sem fim" - uma obra que adorei, mas que me perturba.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-da279808-7fff-6f21-f345-406c09bb3bd8"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">A faceta de cineasta surrealista também aparece nos cinco contos que compõem esta coletânea. Com uma síntese elaborada, as histórias quase se assemelham a parábolas, temperadas pelo absurdo e pelo onírico.</span></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.cervantes.com/imagen.php?ean=9788496304710&ancho=250" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="378" data-original-width="250" height="378" src="https://www.cervantes.com/imagen.php?ean=9788496304710&ancho=250" width="250" /></a></div><br /></div></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-55461531368595140232022-11-03T09:28:00.003-07:002022-11-03T09:28:41.115-07:00Eloísa e os bichos (Jairo Buitrago / Rafael Yockteng)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: imigração, medo do desconhecido, dificuldade em adaptar-se.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-6e7b2532-7fff-09f1-1326-c957c1547821"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: é ótima a ideia dos insetos gigantes simbolizando nossos medos. E o lado B dessa história: como também podemos apavorar quem se sente diferente.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/61oeGGUgN-L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="476" data-original-width="500" height="476" src="https://m.media-amazon.com/images/I/61oeGGUgN-L.jpg" width="500" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-86799249599832326582022-11-03T09:26:00.001-07:002022-11-03T09:26:03.354-07:00Rio, o cão preto (Suzy Lee)<p><span style="font-family: georgia;">T<span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">emas: abandono, responsabilidade, amizade, saudade, perda.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-a356cde1-7fff-a802-3816-c3b1352b1ffa"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: as ilustrações são lindas e dão o tom certo para uma história que trabalha a importância de conviver bem com nossos bichinhos.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/812Cb2lt4NL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="593" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/812Cb2lt4NL.jpg" width="593" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-40586935653192543032022-11-03T09:24:00.005-07:002022-11-03T09:26:31.838-07:00Casa de passarinho (Odilon Moraes)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: curiosidade, criação de hipóteses, natureza, pássaros.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-fb33624c-7fff-6df7-4f3f-d30821f40efb"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: é a soma de várias perguntas de crianças diante de uma casa de passarinhos, mas sem se preocupar com respostas.</span></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/41NSSuoeI9L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="434" height="500" src="https://m.media-amazon.com/images/I/41NSSuoeI9L.jpg" width="434" /></a></div><br /></div></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-3220878562894239252022-11-03T09:23:00.003-07:002022-11-03T09:23:26.818-07:00Rosa (Odilon Moraes)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: Guimarães Rosa, A terceira margem do rio, ser pai e ser filho.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-eab2ef6d-7fff-5fe3-19b2-4266771da7a1"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: é quase tão enigmático quanto uma terceira margem, quase tão calado quanto o pai que passa a vida na canoa. É pouquíssimo texto a emoldurar as ilustrações, mas com tantas possibilidades de leitura.</span></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/A1gat99rvzL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="693" data-original-width="800" height="693" src="https://m.media-amazon.com/images/I/A1gat99rvzL.jpg" width="800" /></a></div><br /></div></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-81312483807228631972022-11-03T09:22:00.002-07:002022-11-03T09:22:20.134-07:00Sagatrissuinorana (João Luiz Guimarães / Nelson Cruz)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: Guimarães Rosa, Os três porquinhos, desastres ambientais de Mariana e Brumadinho.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-fe7ce22a-7fff-7340-9d58-295feff70ae1"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: me emociono a cada vez que releio. Não é à toa que ganhou o Jabuti do ano passado - parece livrinho, mas é um tremendo livrão. Para mim, é a prova inegável de como o livro ilustrado pode ser literatura da mais alta qualidade.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/91qrfYpD3GL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="614" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/91qrfYpD3GL.jpg" width="614" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><br />Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-24820940840597234552022-11-03T09:19:00.005-07:002022-11-03T09:20:43.328-07:00Samira e os esqueletos (Kristin Lie Garrubo)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: corpo humano (esqueleto e músculos), igualdade, humor e terrorzinho infantil.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-b8518a68-7fff-d13e-7a69-8b69c965e4e9"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: é MUITO divertido. A cada releitura percebia um detalhe no texto ou nas ilustrações que me fazia rir ainda mais. Além disso, tem protagonismo negro mas não é um livro (só) sobre igualdade racial.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://a-static.mlcdn.com.br/1500x1500/livro-samira-e-os-esqueletos/magazineluiza/234693000/9789c2b5b6325abf5940fbec2c00a9a7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="746" height="800" src="https://a-static.mlcdn.com.br/1500x1500/livro-samira-e-os-esqueletos/magazineluiza/234693000/9789c2b5b6325abf5940fbec2c00a9a7.jpg" width="746" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><br />Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-60333637337810887142022-11-03T09:17:00.005-07:002022-11-03T09:17:44.867-07:00Lampião e Lancelote (Fernando Vilela)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: cavaleiros, cangaceiros, narrativa de capa e espada, cordel, arte abstrata.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-3d949821-7fff-41f7-1caa-63e8fb2646c7"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: o todo. É tanta pesquisa para elaborar textos e ilustrações que só resta admirar o conjunto. Obra de arte da primeira à última página.</span></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/81rLqllwmvS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="556" data-original-width="800" height="556" src="https://m.media-amazon.com/images/I/81rLqllwmvS.jpg" width="800" /></a></div><br /></div></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-58541118563498584192022-11-03T09:16:00.004-07:002022-11-03T09:16:27.777-07:00De passinho em passinho (Otávio Júnior)<p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: dança, música, desigualdade social.</span></span></p><p><span style="font-family: georgia;"><span id="docs-internal-guid-f29a78c7-7fff-6b1b-a282-d2d0231912e5"></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: traz uma mensagem positiva, mas não é simplista; seus temas ricos são quase uma sequência didática, prontinha para ocupar as escolas.</span></span></p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://cdl-static.s3-sa-east-1.amazonaws.com/covers/gg/9788574069500/de-passinho-em-passinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="638" height="650" src="https://cdl-static.s3-sa-east-1.amazonaws.com/covers/gg/9788574069500/de-passinho-em-passinho.jpg" width="638" /></a></div><br /> <p></p>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-33338079622940949112022-11-03T09:15:00.002-07:002022-11-03T09:18:03.929-07:00Da minha janela (Otávio Júnior)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Temas: vivência em comunidade, desigualdade social, amor aos estudos.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-4e42bd25-7fff-a89f-128f-1bc2b976c6a9"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Do que mais gostei: olhar pelas janelinhas de cada uma das casas e sentir a movimentação do dia a dia, a vida que pulsa na favela.</span></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/91oeabCzTrL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/91oeabCzTrL.jpg" width="800" /></a></div><br /></div></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-64012045891297994442022-11-03T09:13:00.003-07:002022-11-03T09:13:38.784-07:00Com qual penteado eu vou? (Kiusam de Oliveira / Rodrigo Andrade)<p><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Temas: nome, identidade, ancestralidade, sororidade.</span></p><span id="docs-internal-guid-9d4280ce-7fff-0434-c35a-2932bd27138a"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Do que mais gostei: ilustrações lindas e com muita representatividade.
</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/718dISLumWS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="796" data-original-width="800" height="796" src="https://m.media-amazon.com/images/I/718dISLumWS.jpg" width="800" /></a></div><br />
</span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-15826417258487079052022-11-03T09:12:00.002-07:002022-11-03T09:12:19.389-07:00Blue Nights (Joan Didion)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">O final da vida de Joan Didion não foi fácil. Após perder o companheiro de 40 anos (luto narrado em "O ano do pensamento mágico"), a escritora teve de assistir à morte da filha, uma jovem saudável e vítima de descaso médico.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-89df30ae-7fff-fdd8-5b20-ae9f27b4b8c1"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Ao contrário da obra anterior, narrada um ano após a perda, aqui são cinco anos de distância entre a escrita e o enterro da única filha. Nesse período, a velhice chega com tudo: de certa maneira, é até um livro repetitivo, em que muitas situações são retomadas mais de uma vez - talvez espelhos de uma memória falha, talvez tentativas de fazer perdurar o passado. Tal como anuncia seu título, apresenta a tristeza de uma vida que se encerra, com sua solidão inescapável.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/81933LzyEfL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="491" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/81933LzyEfL.jpg" width="491" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-41245699871849053562022-11-03T09:10:00.005-07:002022-11-03T09:10:43.351-07:00O ano do pensamento mágico (Joan Didion)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Há uma seleta e pequena coleção de livros que trabalham o luto sem descambar na autoajuda; suprir essa lacuna foi um dos motivos que levou Joan Didion a colocar em palavras a indizível morte do marido.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-20d64e30-7fff-75e1-3ed3-1e3f86dfcb6a"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Foram 40 anos de casados, em que os escritores conviviam quase 24 horas por dia. Por mais que não idealize sua relação, a escritora sabe quanta sorte teve ao poder contar, por tanto tempo, com uma companhia tão íntima. Colocar o tamanho dessa perda em uma obra é o resumo dessa longa convivência, em que o final foi posto em diferentes tempos para cada um dos seres. Tremendo livro.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/71Ae+1N8y+L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="519" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/71Ae+1N8y+L.jpg" width="519" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-27115067427432128152022-11-03T09:08:00.001-07:002022-11-03T09:08:19.184-07:00 A inquilina de Wildfell Hall (Anne Brontë)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Romance raiz, publicado em plena época vitoriana, o livro corresponde a muito do que se esperava do gênero na época: reviravoltas no enredo, uma história de amor no centro da narrativa, atenção aos valores religiosos e contextualização com um pano de fundo mais social.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-30e139ef-7fff-186c-3c99-b11511760254"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Apesar da previsibilidade, a caçula das irmãs Brontë toca em feridas que seguem abertas hoje: maridos opressores e alcoólatras, pretendentes incapazes de entender um “não”, mulheres crentes de que o relacionamento vai salvar um homem de seus hábitos nocivos. É um desfile de boys lixo, mas um ou outro personagem masculino é retratado de modo ambíguo; já no que diz respeito às personagens femininas, são santas ou bruxas. O que Anne defende no conteúdo infelizmente não reverbera na estrutura de seu livro: uma obra importante para a época, mas que ainda espelha os valores contra os quais a autora se propôs a lutar. </span></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://cdn.record.com.br/wp-content/uploads/2019/06/26033922/10605-265x400.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="265" height="400" src="https://cdn.record.com.br/wp-content/uploads/2019/06/26033922/10605-265x400.png" width="265" /></a></div><br /></div></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-43335436961665905352022-11-03T09:06:00.002-07:002022-11-03T09:06:46.638-07:00Arqueología amorosa (Cristina Peri Rossi)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Nunca havia ouvido falar em Cristina Peri Rossi, mas foi uma das indicações de leituras mais enfáticas que tive de livreiras uruguaias com quem conversei. Saber que a autora foi proibida em seu país natal até 1985 já serviu como convite instigante a seus livros.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-db47a23b-7fff-6dc3-17a7-a881ddc123b7"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Gostei especialmente dos poemas longos, em que a poeta consegue afiar ainda mais suas pontadas de sarcasmo e ironia. Os versos são iconoclastas, com defesa de todo tipo de amor e frequentes alusões a uma nova leitura religiosa, em que o centro espiritual é o corpo da amada.
</span></span></p><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTihTA8XWrf1C5P12CIZ8u-dkfYtq-TWoWvOW7vpFbwaVco31MW84mm45VDO4YA39_MLdE&usqp=CAU" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="189" height="267" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTihTA8XWrf1C5P12CIZ8u-dkfYtq-TWoWvOW7vpFbwaVco31MW84mm45VDO4YA39_MLdE&usqp=CAU" width="189" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-92143851063904308972022-11-03T09:05:00.001-07:002022-11-03T09:05:05.321-07:00Mata teu pai (Grace Passô)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">A linguagem escolhida para esta peça de teatro é tão incisiva quanto seu título: não há meias-palavras ao clamar pelo fim do patriarcado e por uma existência mais justa para as mulheres.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-2319efe9-7fff-77b5-95cf-d362ad99cacc"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Quem conduz o texto é uma única atriz, já que a escolha da autora foi pelo monólogo: uma forma de expressão que exige o embate com o espectador e que sabe como criar incômodos necessários.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/51PYy5K+TGL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="548" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/51PYy5K+TGL.jpg" width="548" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-49902170288386836932022-11-03T09:03:00.003-07:002022-11-03T09:03:37.834-07:00 Incidente em Antares (Erico Verissimo)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Em uma conversa sobre o livro, a escritora Carol Bensimon definiu "Incidente em Antares" como o mundo invertido de "O tempo e o vento" - e não poderia caber acepção mais precisa.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-6de5ceae-7fff-2520-1adb-2aa6fb42ce27"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">O romance é uma grande alegoria do Brasil, que começa retomando a história do país (desde os homens da caverna) e culmina com sete mortos levantando de seus caixões e fazendo um auê em praça pública. A escrita leve de Verissimo consegue amarrar esses elementos tão diversos entre si, criando uma leitura que é, acima de tudo, prazerosa. Publicado em plena ditadura, o livro não se abstém de questionar autoritarismos, encerrando-se com uma reivindicação potente pela liberdade.
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/515g78EgfxL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="333" height="500" src="https://m.media-amazon.com/images/I/515g78EgfxL.jpg" width="333" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155870952170990343.post-83915695696861331842022-11-03T09:02:00.002-07:002022-11-03T09:02:25.810-07:00 Poemas da recordação e outros movimentos (Conceição Evaristo)<p><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Sempre desconfio de prosadores que se enveredam pelos caminhos da poesia – mas Conceição Evaristo faz questão de mostrar que ocupa o lugar que quiser, com toda a potência de sua voz.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-19c59255-7fff-ffa2-a68b-3848e5f46073"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">O livro é dividido em seis partes, não nomeadas. Como temas centrais de cada uma delas, vemos a autora discorrer sobre a ancestralidade, o feminino, a esperança, o amor, a metalinguagem e a morte/o medo. Assim, a obra traça quase o percurso de uma vida, que começa com aqueles que vieram antes de nós e culmina na troca, no diálogo… na convivência que antecede o fim. </span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">É incrível como Conceição tece seus textos, puxando na linha o fio de outros escritores: no verso do bordado, temos Drummond, os trovadores medievais, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Fernando Pessoa. Uma das mais potentes intertextualidades é o confronto de Clarice Lispector e Carolina Maria de Jesus, que relembrou muito minha impressão ao visitar exposições sobre ambas as escritoras no IMS. </span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">A conversa de Clarice e Carolina começa aqui, mas vai longe. </span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Carolina na hora da estrela</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">No meio da noite Carolina corta a hora da estrela.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Nos laços de sua família um nó</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">– a fome. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">José Carlos masca chicletes.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">No aniversário, Vera Eunice desiste</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">do par de sapatos, </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">quer um par de óculos escuros.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">João José na via-crúcis do corpo,</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">um sopro de vida no instante-quase</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">a extinguir seus jovens dias.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">E lá se vai Carolina </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">com os olhos fundos,</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">macabeando todas as dores do mundo…</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">Na hora da estrela, Clarice nem sabe</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">que uma mulher cata letras e escreve</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: georgia;">“ De dia tenho sono e de noite poesia”
</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://m.media-amazon.com/images/I/7123gEHP4PL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="548" height="800" src="https://m.media-amazon.com/images/I/7123gEHP4PL.jpg" width="548" /></a></span></div><span style="font-family: georgia;"><br />
</span></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>Carina de Lucahttp://www.blogger.com/profile/00620379387818418280noreply@blogger.com0