A ideia de usar personagens marcantes da infância de muitos brasileiros para criar novos roteiros, abordagens e leituras é a proposta da Graphic MSP, que já passou do seu vigésimo volume. Como fã e colecionadora, não tive nenhuma grande decepção até agora com as publicações, ainda que, sendo de autores diferentes, logicamente tenham qualidade desigual.
Um dos pontos fortes dessa "sacada" editorial é fazer que, por meio da releitura, nos aproximemos mais dos personagens da Turma da Mônica com os quais não nos identificávamos tanto. Isso já havia acontecido comigo com a excelente história criada para a Turma da Mata e agora, novamente, com a saga do Papa-Capim.
As intertextualidades com as narrativas indígenas e com outras histórias são uma das graças dessa releitura. O título, por exemplo, parece remeter à novela quase homônima de Dostoiévski, e há trechos do poema I-Juca Pirama (de Gonçalves Dias) no roteiro. É uma história que não foge do conceito do personagem (há a grande problemática da defesa da natureza, os valores indígenas, o respeito ao pajé), mas, sim, os aprofunda.
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