Definitivamente, uma das personalidades com vida mais polêmica dos últimos séculos, Tolstói é ora admirado, ora odiado por diferentes atributos: é o literato responsável por obras de grande envergadura, como Anna Kariênina e Guerra e Paz; defensor da teoria da não violência, que inspirou Gandhi e a independência indiana; vegetariano convicto no final da vida; religioso fervoroso, mas que, contraditoriamente, foi excomungado pela Igreja Católica, dentre tantos outros títulos possíveis.
Costumo dizer que nenhuma admiração incondicional resiste a uma boa biografia. Com Tolstói, não é diferente, até porque sua personalidade é múltipla e ele frequentemente adota atitudes antagônicas ao longo de sua existência de 82 anos. À frente de seu tempo em muitas características, em outros aspectos o autor é bastante reacionário, como no que se refere à questão da mulher: mesmo quando seus contemporâneos já defendiam a libertação e o voto feminino, Tolstói enxergava que a principal (e talvez exclusiva) função da mulher era procriar.
O texto de Rosamund Bartlett é bastante extenso (cerca de 600 páginas, diagramadas apertadinhas), mas bastante conciso considerando a extensa bibliografia existente não só sobre o autor, mas sobre as pessoas que lhe eram próximas. Senti falta de mais excertos autorais, contudo: fora as epígrafes no início de cada capítulo, não há mais trechos de romances, cartas ou outros escritos do russo.
Além da vida nunca tediosa de Tolstói, a biografia é válida também por retratar o contexto da época, com dados curiosos: um apoiador do escritor que morreu no Titanic, a popularização da bicicleta, os escritores com quem ele mantinha contato etc. No geral, uma boa obra para conhecer um pouco da Rússia e uma das suas personalidades mais intrínsecas.
Costumo dizer que nenhuma admiração incondicional resiste a uma boa biografia. Com Tolstói, não é diferente, até porque sua personalidade é múltipla e ele frequentemente adota atitudes antagônicas ao longo de sua existência de 82 anos. À frente de seu tempo em muitas características, em outros aspectos o autor é bastante reacionário, como no que se refere à questão da mulher: mesmo quando seus contemporâneos já defendiam a libertação e o voto feminino, Tolstói enxergava que a principal (e talvez exclusiva) função da mulher era procriar.
O texto de Rosamund Bartlett é bastante extenso (cerca de 600 páginas, diagramadas apertadinhas), mas bastante conciso considerando a extensa bibliografia existente não só sobre o autor, mas sobre as pessoas que lhe eram próximas. Senti falta de mais excertos autorais, contudo: fora as epígrafes no início de cada capítulo, não há mais trechos de romances, cartas ou outros escritos do russo.
Além da vida nunca tediosa de Tolstói, a biografia é válida também por retratar o contexto da época, com dados curiosos: um apoiador do escritor que morreu no Titanic, a popularização da bicicleta, os escritores com quem ele mantinha contato etc. No geral, uma boa obra para conhecer um pouco da Rússia e uma das suas personalidades mais intrínsecas.
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