"Lero-lero", lançado pela saudosa Cosac&Naify em seu selo Cosac Portátil, pode enganar os desavisados: ainda que pareça nada mais que um livro de bolso, é a reunião da obra poética completa de Cacaso.
Muito conhecido como letrista de MPB, por vezes o nome de Cacaso passa distante das antologias de grandes poetas ou mesmo dos livros didáticos: o fato é que pouco sabemos sobre ele, ainda que não sejam muitos os seus escritos. Falecido aos 30 e poucos anos, vítima de um ataque cardíaco, o poeta refletiu na sua existência o conceito de sua poesia: breve, porém intensa.
Os livros que compõem "Lero-lero" apresentam temáticas e propostas diferentes. Cacaso vai além da classificação de poeta marginal; se ele é o exímio dono de uma linguagem certeira (quase publicitária em seus trocadilhos espertos), sabe também como absorver a dureza da composição de um João Cabral e investe esporadicamente na arte do soneto.
Múltiplo, variável, é um dos grandes poetas brasileiros modernos, ainda que não reconhecido como tal. Tanto seus poemas-piada quanto as composições mais longas são estruturas complexas e polissêmicas; assim, "Lero-lero" não remete somente à brincadeira, mas também a uma profunda intertextualidade bandeiriana: "Quero quero tanta coisa/Belo belo/Mas basta de lero-lero/Vida noves fora zero. ".
Muito conhecido como letrista de MPB, por vezes o nome de Cacaso passa distante das antologias de grandes poetas ou mesmo dos livros didáticos: o fato é que pouco sabemos sobre ele, ainda que não sejam muitos os seus escritos. Falecido aos 30 e poucos anos, vítima de um ataque cardíaco, o poeta refletiu na sua existência o conceito de sua poesia: breve, porém intensa.
Os livros que compõem "Lero-lero" apresentam temáticas e propostas diferentes. Cacaso vai além da classificação de poeta marginal; se ele é o exímio dono de uma linguagem certeira (quase publicitária em seus trocadilhos espertos), sabe também como absorver a dureza da composição de um João Cabral e investe esporadicamente na arte do soneto.
Múltiplo, variável, é um dos grandes poetas brasileiros modernos, ainda que não reconhecido como tal. Tanto seus poemas-piada quanto as composições mais longas são estruturas complexas e polissêmicas; assim, "Lero-lero" não remete somente à brincadeira, mas também a uma profunda intertextualidade bandeiriana: "Quero quero tanta coisa/Belo belo/Mas basta de lero-lero/Vida noves fora zero. ".
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