Misery foi um dos meus livros preferidos da adolescência - não só pela temática de terror, que então me fascinava, mas também pela ideia que serve como mote da trama. Na época, lembro de ter sentido inclusive certa empatia pela vilã - afinal, a ideia de sequestrar um escritor e obrigá-lo a escrever seu livro preferido deve ser, no fundo, o sonho sádico de qualquer leitor compulsivo...
Dessa vez fiz o caminho inverso: primeiro assisti ao filme para depois retomar minha leitura. Por mais que a produção cinematográfica seja boa (e a atuação de Kathy Bates seja realmente assustadora), é mais um caso clássico em que a adaptação não supera o original. O filme é mais enxuto (a linguagem de Stephen King por vezes é excessiva, redundante) e altera alguns pontos importantes do roteiro para manter a coerência interna, mas perde em alguns aspectos importantes.
Por ter como protagonista um escritor, King usa sua obra para discutir muitos aspectos de linguagem. Aos poucos, vamos percebendo que Paul Sheldon é uma espécie de alter ego, escritor de massas pouco reconhecido pela crítica. A conclusão a que o autor-narrador chega, ao final, sobre a literatura de entretenimento, é um dos aspectos mais interessantes do romance, que foi ignorado no filme.
Ademais, o livro é muito mais assustador e sanguinolento que o longa. Aliás, perto da Annie Wilkes da obra escrita, a das telas é uma mera principiante. No entanto, se ignorarmos as comparações livro/filme, analisando cada um como obra independente, são ambas boas produções.
Dessa vez fiz o caminho inverso: primeiro assisti ao filme para depois retomar minha leitura. Por mais que a produção cinematográfica seja boa (e a atuação de Kathy Bates seja realmente assustadora), é mais um caso clássico em que a adaptação não supera o original. O filme é mais enxuto (a linguagem de Stephen King por vezes é excessiva, redundante) e altera alguns pontos importantes do roteiro para manter a coerência interna, mas perde em alguns aspectos importantes.
Por ter como protagonista um escritor, King usa sua obra para discutir muitos aspectos de linguagem. Aos poucos, vamos percebendo que Paul Sheldon é uma espécie de alter ego, escritor de massas pouco reconhecido pela crítica. A conclusão a que o autor-narrador chega, ao final, sobre a literatura de entretenimento, é um dos aspectos mais interessantes do romance, que foi ignorado no filme.
Ademais, o livro é muito mais assustador e sanguinolento que o longa. Aliás, perto da Annie Wilkes da obra escrita, a das telas é uma mera principiante. No entanto, se ignorarmos as comparações livro/filme, analisando cada um como obra independente, são ambas boas produções.
O seu artigo é bom, eu acho que a sua crítica é boa. Eu gostei desse filme. Foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos innovadores. Esse se converteu em um dos meus filmes de Stephen King preferidos. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas dos livros de Stephen King. Além penso que vale a pena todo o trabalho que a produção fez, cada detalhe faz que seja um grande filme. É uma historia boa que nos mantêm presos no sofá. Eu adorei.
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