Costumo dizer que só me tornei uma leitora de poesia após entrar no curso de Letras - entretanto, ainda que o meu amor pelo gênero tenha se desenvolvido somente após eu obter as ferramentas certas para compreendê-lo, há algumas exceções na minha vida literária até então. Uma delas - talvez a maior - é o excepcional "Ou isto ou aquilo".
Cecília Meireles, além de uma poeta de força (ao contrário do que julgam tantos críticos machistas, que só sabem ler delicadezas em seus versos), foi uma educadora à frente de seu tempo. A poeta-professora possui várias crônicas em que reflete sobre educação, e chegou a trocar figurinhas sobre o tema com a também poeta-professora Gabriela Mistral, uma figura latina de renome em ambas as áreas.
Ao reler a obra que tanto marcou minha infância, pude reconhecer, agora, recursos pedagógicos incríveis nos poemas. Ora Cecília brinca com a soletração das palavras, ora cria trava-línguas, ora põe a criança em contato com assuntos profundos, como a morte e a solidão.
A edição dos anos 1970 da Civilização Brasileira, apesar de erros crassos de diagramação e revisão, é a mais linda já publicada até hoje. Quem a leu na infância provavelmente se identificou com o formato de caderno de educação artística que a obra tem. A ilustradora Eleonora Affonso, ademais, já trabalhava contra os estereótipos da infância muito antes de essa temática ser amplamente debatida: seus desenhos são de crianças de todas as cores, alturas, formas, sentimentos. Só ilustrações que retratam a diversidade dariam conta de acompanhar temas tão amplos como os trabalhados por Cecília. Um primor de livro.
Cecília Meireles, além de uma poeta de força (ao contrário do que julgam tantos críticos machistas, que só sabem ler delicadezas em seus versos), foi uma educadora à frente de seu tempo. A poeta-professora possui várias crônicas em que reflete sobre educação, e chegou a trocar figurinhas sobre o tema com a também poeta-professora Gabriela Mistral, uma figura latina de renome em ambas as áreas.
Ao reler a obra que tanto marcou minha infância, pude reconhecer, agora, recursos pedagógicos incríveis nos poemas. Ora Cecília brinca com a soletração das palavras, ora cria trava-línguas, ora põe a criança em contato com assuntos profundos, como a morte e a solidão.
A edição dos anos 1970 da Civilização Brasileira, apesar de erros crassos de diagramação e revisão, é a mais linda já publicada até hoje. Quem a leu na infância provavelmente se identificou com o formato de caderno de educação artística que a obra tem. A ilustradora Eleonora Affonso, ademais, já trabalhava contra os estereótipos da infância muito antes de essa temática ser amplamente debatida: seus desenhos são de crianças de todas as cores, alturas, formas, sentimentos. Só ilustrações que retratam a diversidade dariam conta de acompanhar temas tão amplos como os trabalhados por Cecília. Um primor de livro.
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