O retrato de minorias quase nunca é bem realizado pelo cinema comercial - basta ver as capas de filmes como "Histórias cruzadas" ou "A boa mentira" para observar, em destaque, o branco "bonzinho" que se compadece dos oprimidos. Em "O homem que viu o infinito"- ainda que seja inspirado em uma história real - a biografia do matemático indiano é contada do ponto de vista do professor inglês, fato que não deve passar despercebido. Assim como um narrador em primeira pessoa não é confiável, o filtro europeu sobre a realidade asiática também deve ser analisado com cuidado. O personagem do docente britânico, contudo, é caracterizado de uma forma não tão maniqueísta. São retratados vários momentos em que o professor deixa de prestar auxílio ou simplesmente não consegue entender os pontos de vista de seu aluno, totalmente devotado a uma cultura radicalmente diversa da sua. De uma forma ou de outra, o filme parece conseguir atingir ao seu prop...