Old Boy pode ser interpretado, à primeira vista, como uma história de vingança e violência, pontuada por lutas marciais. No entanto, para conhecedores da tragédia grega, o filme se revela plenamente, em sua acepção mais ampla: trata-se de uma espécie de reconto do clássico Édipo Rei, com o toque dramático que lhe cabe.
Ainda que as conexões não sejam simplórias ou facilmente identificáveis, todos os elementos fundamentais da obra de Sófocles estão no longa-metragem: o incesto, a fuga do destino, o oráculo a propor enigmas, a máscara de dor que representa o gênero. Quando confrontada à tragédia, a produção sul-coreana ganha significados muito mais potentes e devastadores.
Até os elementos hiperbólicos do filme se justificam quando comparados à obra de inspiração: afinal, o que é a tragédia senão um gênero de horrores físicos e emocionais? Mutilações, torturas e aproximação de um estado de loucura são alguns dos recursos utilizados pelos gregos para levar o espectador à catarse. Não trata-se, portanto, de um filme de violência gratuita - o excesso de sangue tem por função comover e tocar a quem o assiste.
Com todos os pontos muito bem amarrados, o que talvez mais surpreenda no filme seja, contudo, o seu final. O desenlace ambíguo culmina na interpretação fabulosa do ator Choi Min-Sik, que consegue sintetizar, em uma expressão facial, todas as potencialidades da história.
Ainda que as conexões não sejam simplórias ou facilmente identificáveis, todos os elementos fundamentais da obra de Sófocles estão no longa-metragem: o incesto, a fuga do destino, o oráculo a propor enigmas, a máscara de dor que representa o gênero. Quando confrontada à tragédia, a produção sul-coreana ganha significados muito mais potentes e devastadores.
Até os elementos hiperbólicos do filme se justificam quando comparados à obra de inspiração: afinal, o que é a tragédia senão um gênero de horrores físicos e emocionais? Mutilações, torturas e aproximação de um estado de loucura são alguns dos recursos utilizados pelos gregos para levar o espectador à catarse. Não trata-se, portanto, de um filme de violência gratuita - o excesso de sangue tem por função comover e tocar a quem o assiste.
Com todos os pontos muito bem amarrados, o que talvez mais surpreenda no filme seja, contudo, o seu final. O desenlace ambíguo culmina na interpretação fabulosa do ator Choi Min-Sik, que consegue sintetizar, em uma expressão facial, todas as potencialidades da história.
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