2017 me trouxe algumas das melhores leituras da vida, como David Copperfield e O sol é para todos. E agora, com o ano quase em seu fim, ainda consegui acrescentar uma obra na minha lista de grandes favoritos: o impressionante A praça do diamante, de Mercè Rodoreda.
A escritora, nascida na Catalunha, usou sua escrita como bandeira de uma língua e nacionalidade. Em um ano em que a independência catalã foi tão discutida, o reencontro com sua obra faz-se mais do que nunca necessário.
Dois aspectos me encantaram particularmente neste livro: o questionamento do papel da mulher e a descrição da passagem do tempo. Apesar de ser um retrato de Barcelona dos anos 30, a obra é muito à frente de sua época, com indagações de cunho feminista que até hoje soam chocantes - talvez pelo fato de o machismo seguir ocupando espaços e discursos com força, mesmo hoje, quase cem anos após a sua publicação.
Mesmo sem se pautar na infância da protagonista, este pode ser considerado um romance de formação. No entanto, ao contrário das tradicionais obras do gênero, em que o personagem vai superando dificuldades ao longo da trama, a vida de Natàlia (a Colometa) nuca é fácil. A protagonista é arrastada pelo fluxo da vida, sem conseguir entender o porquê de seu ser e estar no mundo. É uma obra que dialoga com filosofias pessoais de vida e que confronta o leitor a todo momento, ainda que com ternura.
A escritora, nascida na Catalunha, usou sua escrita como bandeira de uma língua e nacionalidade. Em um ano em que a independência catalã foi tão discutida, o reencontro com sua obra faz-se mais do que nunca necessário.
Dois aspectos me encantaram particularmente neste livro: o questionamento do papel da mulher e a descrição da passagem do tempo. Apesar de ser um retrato de Barcelona dos anos 30, a obra é muito à frente de sua época, com indagações de cunho feminista que até hoje soam chocantes - talvez pelo fato de o machismo seguir ocupando espaços e discursos com força, mesmo hoje, quase cem anos após a sua publicação.
Mesmo sem se pautar na infância da protagonista, este pode ser considerado um romance de formação. No entanto, ao contrário das tradicionais obras do gênero, em que o personagem vai superando dificuldades ao longo da trama, a vida de Natàlia (a Colometa) nuca é fácil. A protagonista é arrastada pelo fluxo da vida, sem conseguir entender o porquê de seu ser e estar no mundo. É uma obra que dialoga com filosofias pessoais de vida e que confronta o leitor a todo momento, ainda que com ternura.
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