O fim da saga de Lina e Lenu, tetralogia da escritora italiana Elena Ferrante, consegue coroar a história das duas amigas que protagonizam a história. Entre bons e maus momentos (tanto na relação das personagens quanto na construção narrativa), o romance finaliza com um saldo bastante positivo - com o que talvez seja o melhor livro da série.
Apenas em "História da menina perdida" conhecemos, de fato, a narradora já adulta e menos influenciada por sua amiga/encosto/karma. A própria Lenu tem consciência da necessidade desse abandono para que realmente saiba como contar a história de ambas. Assim, vemos o seu amadurecimento e o longo caminho que faz para, enfim, desapegar-se.
Não é apenas de um único abandono que se constrói o último volume; aliás, a palavra poderia ser definidora de tudo o que rege essencialmente o seu desenrolar. Enquanto nos primeiros livros predominava a violência, o desconforto, a passionalidade, nesta última parte o elemento-chave é o afastamento, a desilusão, o descuido.
Alguns personagens ganham força e empatia na trama - como o adorável Enzo -; outros, reduzem-se a caricaturas do que um dia foram - tal como Lina-; desaparecem, travestem-se, transformam-se... Ferrante sabe como plasmar a fluidez da vida no seu retrato do cotidiano de duas mulheres e é justamente essa simplicidade que a torna autora de uma grande obra. Sabendo agradar ao público e à crítica, a tetralogia napolitana é uma série capaz de trabalhar com múltiplos personagens e reflexões de forma crua e sincera, gerando uma narrativa que vai muito além da periferia italiana para atingir a todos nós.
Apenas em "História da menina perdida" conhecemos, de fato, a narradora já adulta e menos influenciada por sua amiga/encosto/karma. A própria Lenu tem consciência da necessidade desse abandono para que realmente saiba como contar a história de ambas. Assim, vemos o seu amadurecimento e o longo caminho que faz para, enfim, desapegar-se.
Não é apenas de um único abandono que se constrói o último volume; aliás, a palavra poderia ser definidora de tudo o que rege essencialmente o seu desenrolar. Enquanto nos primeiros livros predominava a violência, o desconforto, a passionalidade, nesta última parte o elemento-chave é o afastamento, a desilusão, o descuido.
Alguns personagens ganham força e empatia na trama - como o adorável Enzo -; outros, reduzem-se a caricaturas do que um dia foram - tal como Lina-; desaparecem, travestem-se, transformam-se... Ferrante sabe como plasmar a fluidez da vida no seu retrato do cotidiano de duas mulheres e é justamente essa simplicidade que a torna autora de uma grande obra. Sabendo agradar ao público e à crítica, a tetralogia napolitana é uma série capaz de trabalhar com múltiplos personagens e reflexões de forma crua e sincera, gerando uma narrativa que vai muito além da periferia italiana para atingir a todos nós.
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