Uma das grandes características do realismo mágico vai além do uso de elementos fantásticos inseridos no cotidiano - engloba a linguagem, que se molda para ajudar na criação de um universo de possibilidades (e estranhamentos) para o leitor. Gabriel García Márquez, um dos escritores mais bem-sucedidos no gênero, não hesitava em negá-lo: "é só realismo. A realidade que é mágica. Não invento nada. Não há uma linha nos meus livros que não seja realidade. Não tenho imaginação".
Qualquer gênero literário não pode ser pensado apenas em termos estruturais, desprovido de linguagem. No entanto, isso é o que ocorre com "The Underground Railroad": com um narrador extremamente pobre e frases muito mal elaboradas, sua tentativa de realismo mágico descamba no inverossímil. O que começa como ficção histórica vira ficção científica, dramalhão, narrativa de aventura - e não consegue ser um bom livro em nenhuma dessas opções.
Com cara de best-seller, a narrativa até que flui (afinal, não há nenhuma dificuldade de leitura com frases tão improlíficas). No entanto, não é um texto que atinja o leitor mais exigente, que gosta de um livro por sua história, sua linguagem e seu propósito cultural.
Qualquer gênero literário não pode ser pensado apenas em termos estruturais, desprovido de linguagem. No entanto, isso é o que ocorre com "The Underground Railroad": com um narrador extremamente pobre e frases muito mal elaboradas, sua tentativa de realismo mágico descamba no inverossímil. O que começa como ficção histórica vira ficção científica, dramalhão, narrativa de aventura - e não consegue ser um bom livro em nenhuma dessas opções.
Com cara de best-seller, a narrativa até que flui (afinal, não há nenhuma dificuldade de leitura com frases tão improlíficas). No entanto, não é um texto que atinja o leitor mais exigente, que gosta de um livro por sua história, sua linguagem e seu propósito cultural.
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