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Garotas mortas (Selva Almada)

Em um trabalho que mescla o documental, o jornalístico e o literário, Selva Almada busca reconstituir a história de 3 feminicídios da década de 1980 na Argentina, todos sem solução. Em esse processo de resgate, traz também à tona um pouco do contexto do país (recém-saído da ditadura) e traça paralelos com o cenário atual, no qual a morte de mulheres em função do seu gênero ainda é escandalosamente presente.

Não é um livro que me marcou tanto quanto "O vento que arrasa", principalmente em função da linguagem, que torna-se mais objetiva para condizer com os fatos investigados. Ainda sobre o estilo, aqui o objetivo da autora passa longe do de garantir uma leitura sem problemáticas. Assim, reproduz na obra todas as lacunas e faltas de respostas com que se deparou ao longo da pesquisa, espelhando no leitor a sua angústia.

De certa forma quase pioneira (afinal, dificilmente o feminicídio é trabalhado a sério pela literatura - ou mesmo pelo jornalismo); de outra, apenas mais uma mulher a repetir perguntas que, há anos, não querem calar.







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