Romance indicado por Eliane Brum para o clube de livros da Tag, "Voragem" impressiona por certo vanguardismo ao trabalhar temas tabu: a protagonista, Sonoko, é uma mulher insatisfeita no casamento que acaba se envolvendo em uma relação lésbica. Escrito na década de 1920, o livro vai além de trazer a homossexualidade à tona - aprofunda diversos e inexplorados vieses relativos ao erotismo.
O tom exagerado do romance precisa, é claro, ser considerado dentro de seu contexto. Todas as hipérboles relacionadas ao sexo têm raízes mais profundas na cultura japonesa, e revelam muito do modo de ser do povo (inclusive da transição para um governo cada vez mais ocidentalista).
Com uma narradora extremamente parcial, que conta sua vida em primeira pessoa, a trama dá espaço a diversas interpretações e exige um olhar mais desconfiado em relação ao modo como são expostos os fatos. No entanto, para quem não se permitir enganchar pelo discurso da protagonista (como é o meu caso), a obra dificilmente conseguirá cativar.
O tom exagerado do romance precisa, é claro, ser considerado dentro de seu contexto. Todas as hipérboles relacionadas ao sexo têm raízes mais profundas na cultura japonesa, e revelam muito do modo de ser do povo (inclusive da transição para um governo cada vez mais ocidentalista).
Com uma narradora extremamente parcial, que conta sua vida em primeira pessoa, a trama dá espaço a diversas interpretações e exige um olhar mais desconfiado em relação ao modo como são expostos os fatos. No entanto, para quem não se permitir enganchar pelo discurso da protagonista (como é o meu caso), a obra dificilmente conseguirá cativar.
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