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México (Erico Verissimo)

Este caderno de viagem de Erico Verissimo, que traz apontamentos sobre a que realizou em 1955, revela muito do quanto o México oscilou ente a tradição e a modernidade nestes mais de 60 anos que nos separam do relato. Dentre os dados mais curiosos, está a viagem de ida de Erico com a mulher. Em uma época ainda sem muros, bastava pagar um trem para cruzar a fronteira entre EUA e México - ainda que nem sempre esse percurso fosse desprovido de incidentes. 

Escrito com o delicioso modo de narrar do autor, vai bastante além do que poderíamos esperar do gênero. Bastante renomado como escritor na época (além de diplomata), Erico consegue verdadeiras entrevistas com personalidades "mexicanas" (ora residentes, ora nativas do país). Ademais, os populares que encontra no caminho (guias, empregados de hotéis) também são ricamente registrados - em alguns casos, até mesmo transformados em verdadeiros personagens da obra.

Publicado em meados dos anos 1950, o livro sofre sim com alguns preconceitos e uma visão de mundo um tanto deturpada. É preciso considerar que Verissimo, quando faz sua incursão no país, não correspondia à figura de um mochileiro cabeça aberta - ainda assim, só o fato de ter decidido realizar o empreendimento já mostra uma certa tentativa de compreensão do outro que, se não é suficiente, ainda assim é mais do que se poderia esperar no período.






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