A experiência levada a cabo pelo estudante de psicologia Fernando Braga da Costa vira e mexe volta à tona, como um exemplo de vida, humildade, solidariedade - sentimentos muito distantes dos que os que nos atingem, de fato, com a leitura do relato do seu trabalho.
Durante quase 1 década, o autor da pesquisa trabalhou de perto com os garis da Universidade de São Paulo, observando e vivenciando o seu cotidiano. Assim, entre vassouras, lixões e obras em construção, foi erigindo uma relação de confiança entre diferentes. Em nenhum momento do livro essa distinção de classe social se apaga; afinal, não levá-la em consideração seria simplesmente travestir-se de gari (como um certo político engomadinho), levando a uma parcial ridicularização da profissão.
Escrita quase a quatro mãos, a tese do mestrando em psicologia não só dá voz aos garis, mas também a seu professor orientador. Dessa forma, o estudante delimita as falas próprias e a do docente, ao invés de elaborar um texto que buscasse unicamente o aval do examinador. O processo dialógico é um dos muitos pontos positivos na obra, e que a torna quase literária em alguns momentos.
Ainda que corresponda ao gênero da tese de dissertação, seu autor brinca com a linguagem a fim de remoer e repisar os relatos de humilhação social com que trabalha. Assim, a mesma fala de um gari pode aparecer repetida 3, 4 vezes em um intervalo de poucos parágrafos - o que amplia a voz de seu emissor, tão frequentemente apagada em nossa sociedade.
Leitura instigante, provocadora, profunda, deveria ser - no mínimo - obra obrigatória em todos os vestibulares da Fuvest. Afinal, aquele que quer ocupar um espaço público deve saber acolher e respeitar todos que dele dependem.
Durante quase 1 década, o autor da pesquisa trabalhou de perto com os garis da Universidade de São Paulo, observando e vivenciando o seu cotidiano. Assim, entre vassouras, lixões e obras em construção, foi erigindo uma relação de confiança entre diferentes. Em nenhum momento do livro essa distinção de classe social se apaga; afinal, não levá-la em consideração seria simplesmente travestir-se de gari (como um certo político engomadinho), levando a uma parcial ridicularização da profissão.
Escrita quase a quatro mãos, a tese do mestrando em psicologia não só dá voz aos garis, mas também a seu professor orientador. Dessa forma, o estudante delimita as falas próprias e a do docente, ao invés de elaborar um texto que buscasse unicamente o aval do examinador. O processo dialógico é um dos muitos pontos positivos na obra, e que a torna quase literária em alguns momentos.
Ainda que corresponda ao gênero da tese de dissertação, seu autor brinca com a linguagem a fim de remoer e repisar os relatos de humilhação social com que trabalha. Assim, a mesma fala de um gari pode aparecer repetida 3, 4 vezes em um intervalo de poucos parágrafos - o que amplia a voz de seu emissor, tão frequentemente apagada em nossa sociedade.
Leitura instigante, provocadora, profunda, deveria ser - no mínimo - obra obrigatória em todos os vestibulares da Fuvest. Afinal, aquele que quer ocupar um espaço público deve saber acolher e respeitar todos que dele dependem.
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