Iniciei a leitura de "Uma casa no fim do mundo" bastante desconfiada, sem acreditar que em algum momento a obra fosse me fisgar. Apenas depois de passarem umas 50 páginas é que me rendi à escrita de Michael Cunningham - que de início me pareceu bastante adjetivesca, permeada de frases de efeito. A morte banal de uma personagem é que me fez ver que o objetivo do autor não era propor nenhuma moralidade ou exagerar seu tom narrativo - pelo contrário, boa parte do livro convida o leitor a uma análise profunda das relações e hábitos que formam o cotidiano.
No princípio, os protagonistas da trama me causaram certa repulsa; tenho bastante dificuldade em criar laços de empatia com meninos drogados da classe média (o que me levou a não gostar de "O apanhador no campo de centeio", por exemplo). É conforme os personagens saem de seu círculo vicioso de sexo, drogas e rock'n'roll para embarcar na vida adulta que, para mim, o livro vai ampliando seu campo de discussão de temas poderosos - morte, trauma, diferentes tipos de família, educação.
Sem apostar em soluções fáceis, o desfecho da obra é melancólico, quase doloroso. No entanto, mesmo ao criar um final mais aberto, o autor consegue que seu livro de estreia seja redondo, muito bem articulado.
No princípio, os protagonistas da trama me causaram certa repulsa; tenho bastante dificuldade em criar laços de empatia com meninos drogados da classe média (o que me levou a não gostar de "O apanhador no campo de centeio", por exemplo). É conforme os personagens saem de seu círculo vicioso de sexo, drogas e rock'n'roll para embarcar na vida adulta que, para mim, o livro vai ampliando seu campo de discussão de temas poderosos - morte, trauma, diferentes tipos de família, educação.
Sem apostar em soluções fáceis, o desfecho da obra é melancólico, quase doloroso. No entanto, mesmo ao criar um final mais aberto, o autor consegue que seu livro de estreia seja redondo, muito bem articulado.
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