Apesar de ter estudado em uma universidade taxada de comunista pelos ideólogos do WhatsApp, a verdade é que pouco me lembro de ter visto a obra de Paulo Freire na licenciatura. Se não fossem os conservadores, talvez esse grande pensador brasileiro estivesse um tanto esquecido; assim, que eles levem consigo o mérito dessa redescoberta e dos novos estudos que estão em andamento sobre a vida, obra e metodologia freirianas.
Tenho uma vaga lembrança de ter lido duas das pedagogias de Paulo, por conta própria, em algumas das minhas passagens pela biblioteca. Se não me engano, uma delas era a Pedagogia do oprimido, que, na época, não me causou grande impacto. Talvez me faltasse um referencial mais robusto para entender o quanto a educação que tive se apoiou em um modelo bancário (inclusive na universidade).
A obra foi escrita em um período de fortes dissidências e perseguição política; não é à toa que parece dialogar tão bem com os tempos cindidos que vivemos hoje. No entanto, como é dito no livro, não há educação que não seja práxis. Assim, se a Pedagogia do oprimido é um excelente referencial teórico, é preciso conceber que ela não se basta sozinha. Sem uma prática revolucionária no ambiente educacional, a metodologia proposta não se sustenta. É preciso ler e agir, já que a opressão não se desfaz sozinha.
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