Uma crítica conservadora sobre as iniciativas que valorizam a escrita de mulheres, em nosso tempo, se baseia no fato de que muitas personagens são construídas em uma espiral de desgraças, como se tentassem angariar a simpatia do leitor para a causa feminista atravessando todo um mar de sofrimentos. Ainda que não goste de me identificar com visões pouco progressistas, confesso que essa ideia me veio à mente durante a leitura de "Minha vida de rata".
Se o romance de JCO tivesse acompanhado a protagonista até o início da vida adulta, apenas, o recorte me parecia mais louvável. No entanto, depois de mostrar sua personagem sendo acusada injustamente, a autora ainda nos faz ver as confusões em que sua protagonista se mete por vontade própria, como se fosse atraída para os infortúnios.
Foi uma leitura que não só me cansou, como quase me fez torcer contra a protagonista. Claro que esse sentimento é intencional, uma vez que os limites de julgamento do leitor estão em xeque durante a leitura. Mas, mesmo que planejado, é um efeito que desanima e torna o enredo previsível.
Comentários
Postar um comentário