Como biografia, o filme conta uma história de vida surpreendente: como um atleta olímpico passa mais de um mês no mar e é resgatado justamente por seus inimigos, em plena Segunda Guerra. Assim, durante todo o longa, somos apresentados a uma série de percalços pelos quais o protagonista passa, sem nenhum alívio em sua dura jornada.
Por mais que o herói dessa história seja um imigrante italiano, o filme não se exime de pregar o bom e velho nacionalismo branco estadunidense. Os japoneses são retratados como vilões e os estadunidenses, como mocinhos. Há uma ou outra cena que subverte essa lógica, mas o que predomina é um viés ideológico muito bem demarcado, que usa uma boa história de vida para divulgar os valores de uma suposta nação vencedora. E é claro que o protagonista vira pastor no final, por ser temente a Deus, o que faz do filme um ótimo aliado de qualquer coach.
Vulgarizado após a criação dos reality shows , o livro de George Orwell se tornou um daqueles clássicos que todos comentam e que ninguém leu. Qualquer um quer falar com propriedade do Grande Irmão, da sociedade vigiada, mas todos esses clichês não chegam perto do clima opressor que o autor impõe à sua narrativa. 1984 é uma obra provocativa e premonitória. Ainda que as ditaduras não tenham obtido o poder previsto pelo escritor (pois se travestiram de democracia), os cenários descritos são um retrato mordaz dos nossos tempos modernos. Um exemplo: para entreter a grande massa (os "proles"), o governo do Grande Irmão tem em seu poder máquinas que criam letras de músicas de amor aleatoriamente. Essas canções, desprovidas de essência humana, são entoadas pelo povo e logo se tornam o ritmo do momento. E assim se revela mais um dos inúmeros meios de controlar uma população que não pensa, não critica e não questiona. Quando foi escrito, 1984 era uma obra futurística. Lido h...
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