Primeiro filme tunisino a que assisti, A amante me chamou a atenção pelo contraste de cultura; mesmo assim, há muitos pontos de encontro entre o meu contexto e a Tunísia moderna. Ainda que tantas diferenças e incompreensões sejam originadas de religião e sistema político, não somos tão diferentes assim. E, justamente por isso, talvez tenhamos nos inspirado tanto na Primavera Árabe, que é um dos panos de fundo da trama.
Há uma leitura política para a história de amor em curso, o que enriquece a narrativa. Contudo, não creio que a potencialidade da obra tenha ido além de uma alegoria mais simples, sem explorar as sutilezas da metáfora.
O personagem de cabelo azul já ganhou apelidos que o aproximam dos famosos Calvin e Mafalda. No entanto, o toque brasileiro é que faz a diferença e aproxima Armandinho de seus leitores. O garotinho, que não gosta muito da escola, mostra que a sabedoria vai muito além dos bancos da sala de aula. Desde questões políticas específicas - do Brasil ou de Santa Catarina - até piadas simples sobre assuntos cotidianos, a força das suas tirinhas reside também na versatilidade. O ponto de vista infantil nos serve de guia nesses quadrinhos, nos quais os adultos aparecem sempre retratados sob o viés da criança. Para comprovar esse fato, basta observar o traço: assim como na clássica animação dos Muppets, apenas as pernas dos personagens mais velhos são desenhadas. Se a semelhança com Mafalda está no aspecto irreverente (e nos cabelos que são marca registrada), com Calvin o parentesco vai além: em muitas das tirinhas, Armandinho aparece com seu bicho de estimação (um sapo que, inclusi...
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