Quando se falam em grandes quadrinhos, talvez nos venham à mente, imediatamente, histórias como as de "Persépolis" e "Maus". Isso é um bom sinal, já que mostra que há muito drama histórico escrito no gênero — o que ampliou o espectro das HQs para muito além do humor e da aventura. Entretanto, com a autoficção lotando as prateleiras das livrarias (ainda que virtuais), não é de se estranhar que hoje tenhamos muitos dramas pessoais contados magistralmente em HQ. E Rosalie Lightning é um desses casos.
No livro, o autor expõe a curta vida da filha, que faleceu com menos de 2 anos. Na tentativa de viver e entender seu processo de luto, aos poucos o autor entra em contato com outros relatos, diversos, de quem passou por experiências parecidas. Assim, por mais que a sua dor seja enorme — e absolutamente justificável —, a maior beleza do livro talvez seja nos mostrarmos que não estamos sós. Mesmo com as perdas que carregamos.
Sem uma linha cronológica definida, o livro resgata as memórias de Rosalie viva e de como seus pais sobreviveram ao luto. Assim, a linha da vida se mostra de maneira não linear, resgatando trechos confusos, saltando por memórias dolorosas, voltando ao começo quando preciso. Afinal, a morte é parte da vida.
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