Esta minha releitura de O velho e o mar foi bastante espaçada – com certeza, mais de uma década me separa do meu primeiro contato com o livro. Lembro-me de haver gostado da história, e tinha ainda a cena dos tubarões relativamente nítida na memória.
Agora, em 2021, a novela de Hemingway entrou em uma das minhas pilhas de leitura que, sem querer, privilegia o começo do século XX. Dessa forma, o contexto artístico em que o autor lança seu texto está mais claro para mim, bem como seu uso proposital de uma linguagem mais simples, avessa aos formalismos e rococós.
Sei também que o inglês é uma língua muito mais aberta às repetições e redundâncias, sem que isso configure um problema de estilo. No entanto, somados todos esses aspectos, confesso que me cansei um pouco durante a leitura. Não sei se foi aversão ao fato de ser uma narrativa pretensamente latina, à própria história de vida do autor, ao empreendimento monumental e falho, à linguagem sem muitos rompantes líricos, a um certo estereótipo do estadunidense durão (mesmo que mal disfarçado em terras cubanas). Reconheço a beleza da obra, mas não consegui me comover com a batalha perdida de Santiago.
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