A proposta desta obra, coletânea de diversos artigos de autores distintos, foi a de ser uma voz de levante contra os ataques que a educação vem sofrendo e que são articuladas pelas instituições governamentais que deveriam defendê-la. Só que levantar-se não basta, se não for para destruir as estruturas que nos mantém presos ao mesmo terreno repisado de práticas pouco democráticas na sala de aula.
Há alguns pontos que são certeiros no livro; entre eles, a ideia da produção de conteúdo didático de forma compartilhada e livre de direitos autorais, o questionamento dos interesses de grandes empresas e bancos em patrocinar iniciativas educacionais, a importância de não calarmos nossa indignação e ódio em nome das comportadas competências socioemocionais da BNCC e a análise fenomenal de problemas da educação comunitária que bell hooks realiza, no artigo que fecha a obra.
No entanto, boa parte dos artigos que compõem a coletânea não me trouxeram nada novo; é como se a proposta de educação ideal fosse a de derrubar o governo atual, mas mantendo as velhas e tradicionais práticas de giz na lousa e aluno na carteira. Não adianta derrubar o patrocínio de bancos na educação se for para continuar seguindo a educação bancária.
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