O livro de Aline Bei é um "entre": entre poesia e prosa, romance e diário, aforismos e linguagem telegráfica, desabafo e voz presa na garganta. Mas, sobretudo, é um "entre" que é convite a adentrar a obra, que se oferece como casa aberta a quem queira conhecer a intimidade de sua narradora.
O tom do livro é quase o de uma postagem em rede social: é fácil se envolver pelo desabafo da narradora; difícil, conseguir se desprender da trama que é construída. A falta de uma linguagem hermética, contudo, é também uma máscara: a narrativa aparenta simplicidade para descrever complexas relações de violência e afeto.
Bailarina frustrada, que não sabia dançar, a protagonista do romance nos oferece rodopios em versos quebrados, sem rima, sem métrica. É um convite para observar a beleza da impossibilidade, daquilo que não conseguimos fazer e das dores que nos acompanham a cada passo.
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