Que porrada. Não consigo pensar em outra forma para definir Saga, ainda que o meu tom despropositado em nada reflita a linguagem profundamente poética desta obra. Desde o título inusitado para um suposto livro para infância, Sagatrissuinorana é um susto contínuo, uma reviravolta mais potente que a outra. Poucas páginas bastam para nos arrastar para o meio do redamunho.
E do meio do pé de vento retornamos ao princípio: uma das muitas belezas, aqui, é a brincadeira entre a atemporalidade dos contos de fadas e as datas marcadas de nossas tragédias, o que foi o início de tudo e o fim que não marca um ponto-final na história.
Voltando ao recomeço, cada releitura de Saga apura nosso olhar para tudo o que o envolve. Não foi à toa que o Jabuti premiou autor e ilustrador pela primeira vez em sua história: afinal, aqui a narrativa se tece a muitas mãos, inclusive as de Guimarães Rosa.
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