Minha fase de assistir a todos os filmes (que conseguia encontrar por aqui no Brasil, claro) do astro bollywoodiano Aamir Khan foi há uns cinco anos. Aventurei-me também por outras produções indianas na época, mas nenhuma delas me marcou tanto quanto os longas em que o ator, muito reconhecido no país, participa.
Talvez por seu prestígio, Aamir tem a chance de opinar na escolha de seus personagens: sempre carismáticos e cativantes, ainda que se trate de assassinos, vingadores, mafiosos e similares. Em "Pinte-me da cor do açafrão" (Rang de Basanti) não é diferente: seu adorável protagonista toma atitudes moralmente condenáveis (por alguns, ao menos).
O filme é bastante exagerado nos cenários, nas atuações, nas danças típicas e até em efeitos especiais forçados. No entanto, a reviravolta da narrativa culmina em uma história tão boa e tão provocante que é difícil passar indiferente a esta obra. São vários os problemas na estrutura do longa; contudo, o principal, que é construir uma excelente narrativa, tira-se de letra.
O paralelo entre a corrupção indiana e a brasileira, o descaso de ambos os governos e a truculência policial são apenas alguns dos motivos pelos quais este filme merece ser assistido. Índia e Brasil, apesar da distância física, têm muito a aprender um com o outro.
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