Por vezes abraços ternos, por vezes um quase estrangulamento. Os braços de Galeano que nos envolvem durante a leitura sabem retratar situações dóceis, poéticas (como o menino que, surpreendido ao ver o mar pela primeira vez, pede a ajuda do pai para olhar tanta imensidão), mas também apontam para o descaso e a história de sofrimento da América Latina. O começo do livro, com ensaios mais filosófico-existenciais, é bom, mas não tão certeiro quanto o que vem depois. Ao iniciar seus textos sobre o homem latino, a pena do escritor tira força das nossas penas. Vale a pena insistir na leitura, pois os escritos vão ganhando profundidade e agudeza com o decorrer da leitura. Trechos: - RECORDAR: del latín re-cordis, volver a pasar por el corazón. - Porque todos, toditos, tenemos algo que decir a los demás, alguna cosa que merece ser por los demás celebrada o perdonada. - Lo único que yo sé es esto: el arte es arte, o es mierda. - A la corta o a la larga, los escritores se hamburguesan. - En los ...