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El libro de los abrazos (Eduardo Galeano)

Por vezes abraços ternos, por vezes um quase estrangulamento. Os braços de Galeano que nos envolvem durante a leitura sabem retratar situações dóceis, poéticas (como o menino que, surpreendido ao ver o mar pela primeira vez, pede a ajuda do pai para olhar tanta imensidão), mas também apontam para o descaso e a história de sofrimento da América Latina.

O começo do livro, com ensaios mais filosófico-existenciais, é bom, mas não tão certeiro quanto o que vem depois. Ao iniciar seus textos sobre o homem latino, a pena do escritor tira força das nossas penas. Vale a pena insistir na leitura, pois os escritos vão ganhando profundidade e agudeza com o decorrer da leitura.

Trechos:

- RECORDAR: del latín re-cordis, volver a pasar por el corazón.
- Porque todos, toditos, tenemos algo que decir a los demás, alguna cosa que merece ser por los demás celebrada o perdonada.
- Lo único que yo sé es esto: el arte es arte, o es mierda.
- A la corta o a la larga, los escritores se hamburguesan.
- En los barrios altos, se vive como en Miami, se vive en Miami, se miamiza la vida, ropa de plástico, comida de plástico, gente de plástico, mientras los vídeos y las computadoras se convierten en las perfectas contraseñas de la felicidad.

- Sueñan las pulgas con comprarse un perro y sueñan los nadies con salir de pobres, que algún mágico día llueva de pronto la buena suerte, que llueva a cántaros la buena suerte; pero la buena suerte no llueve ayer, ni hoy, ni mañana, ni nunca, ni en lloviznita cae del cielo la buena suerte, por mucho que los nadies la llamen y aunque les pique la mano izquierda, o se levanten con el pié derecho, o empiecen el año cambiando de escoba.

Los nadies: los hijos de nadie, los dueños de nada,
los nadies: los ningunos, los ninguneados,
corriendo la liebre, muriendo la vida, jodidos,
rejodidos.
Que no son aunque sean.
Que no hablan idiomas sino dialectos.
Que no profesan religiones sino supersticiones.
Que no hacen arte sino artesanía.
Que no practican cultura sino folklore.
Que no son seres humanos sino recursos humanos.
Que no tienen cara sino brazos.
Que no tienen nombre sino número.
Que no figuran en la historia universal
sino en la crónica roja de la prensa local.

Los nadies.......
que cuestan menos que la bala que los mata...

- A muchos mata la policía, y a muchos más la economía.
- ¿A cuántos desarrolla el desarrollo?
- El sistema, que no da de comer, tampoco da de amar.
- Yo bien sé que el pecado carnal está mal visto en el alto cielo; pero sospecho que Dios condena lo que ignora.
- Yo creía en Él y creía que Él creía en mí.
- Desnúdeme, desdúdeme.
- Nacer es una alegría que duele.
- Todos prometen y nadie cumple. Vote por nadie.
- Dios vive. De puro milagro.
- En Colombia, es raro morir de enfermedad.
- Y a nadie molesta mucho, al fin y al cabo, que la política sea democrática, siempre y cuando la economía no lo sea.
- Hasta que los leones tengan sus propios historiadores, las historias de cacería seguirán glorificando al cazador.
- Y así nos enseña a repetir la historia en lugar de hacerla.
- Ni el proprio hijo de Dios se salvó de la paradoja: nació en un desierto subtropical donde nunca nieva, pero la nieve se convirtió en un símbolo universal de la navidad desde que Europa decidió europear a Jesús.
- Los policías no combaten los crímenes, porque están ocupados en cometerlos.
- A los libros ya no es necesario que los prohíba la policía: los prohíbe el precio.
- Che Guevara: un raro tipo que decía lo que pensaba y hacía lo que decía.
- Y nada tenía de malo, y nada tenía de raro, que se me hubiera roto el corazón, de tanto usarlo.
- Ayude a la policía: Tortúrese.

Nota: 9,2



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