Este é o sétimo livro do meu desafio literário "Escritoras do mundo", no qual me propus a ler 1 autora de cada um dos países, a fim de tornar minha estante mais rica em culturas e, principalmente, menos machista.
Assim como em "Americanah" (da nigeriana Chimamanda Adichie), "Precisamos de novos nomes" (da zimbabuense NoViolet Bulawayo) e "A primeira luz da manhã" (da indiana Thrity Umrigar), este é um livro sobre a imigração e a adaptação (ou não) a países desenvolvidos, que, em princípio, podem oferecer tudo a vítimas da guerra e da fome. No entanto, assim como nos 3 livros lidos anteriormente, a autora de "A mordida da manga" vem nos mostrar que a realidade não é tão reconfortante assim para os que buscam refúgio.
(Um parênteses sobre a dificuldade que tenho para encontrar escritoras de diferentes nacionalidades em meio a um cânone já solidificado em torno dos homens. Por mais que sejam livros excelentes todos os citados, não é questionável que apenas os que falem sobre dor e guerra sejam publicados e traduzidos? As mulheres só são reconhecidas no meio literário ao descrever o sofrimento?)
Como agravante ao seu exílio, a autora Mariatu tem um passado extremamente trágico, como vítima da guerra que se abateu sobre seu país, um dos mais pobres do mundo. Com apenas 12 anos, foi mantida como prisioneira de um grupo de rebeldes (alguns tão jovens quanto ela) e teve ambas as mãos decepadas.
A parte inicial do livro, que conta sobre a violência dos opositores ao governo, é de revirar o estômago. Ao longo da trama, vamos vendo a história da personagem mudar, ainda que esteja sempre marcada pela dor: a ausência dos membros, o fato de não conseguir ajudar a todos os seus parentes da mesma forma como recebeu auxílio, a lembrança do filho morto...
Não trata-se de uma obra com grandes trabalhos de linguagem ou aspectos intrinsecamente literários, mas é a narrativa de uma vida que precisa ser notada.
Assim como em "Americanah" (da nigeriana Chimamanda Adichie), "Precisamos de novos nomes" (da zimbabuense NoViolet Bulawayo) e "A primeira luz da manhã" (da indiana Thrity Umrigar), este é um livro sobre a imigração e a adaptação (ou não) a países desenvolvidos, que, em princípio, podem oferecer tudo a vítimas da guerra e da fome. No entanto, assim como nos 3 livros lidos anteriormente, a autora de "A mordida da manga" vem nos mostrar que a realidade não é tão reconfortante assim para os que buscam refúgio.
(Um parênteses sobre a dificuldade que tenho para encontrar escritoras de diferentes nacionalidades em meio a um cânone já solidificado em torno dos homens. Por mais que sejam livros excelentes todos os citados, não é questionável que apenas os que falem sobre dor e guerra sejam publicados e traduzidos? As mulheres só são reconhecidas no meio literário ao descrever o sofrimento?)
Como agravante ao seu exílio, a autora Mariatu tem um passado extremamente trágico, como vítima da guerra que se abateu sobre seu país, um dos mais pobres do mundo. Com apenas 12 anos, foi mantida como prisioneira de um grupo de rebeldes (alguns tão jovens quanto ela) e teve ambas as mãos decepadas.
A parte inicial do livro, que conta sobre a violência dos opositores ao governo, é de revirar o estômago. Ao longo da trama, vamos vendo a história da personagem mudar, ainda que esteja sempre marcada pela dor: a ausência dos membros, o fato de não conseguir ajudar a todos os seus parentes da mesma forma como recebeu auxílio, a lembrança do filho morto...
Não trata-se de uma obra com grandes trabalhos de linguagem ou aspectos intrinsecamente literários, mas é a narrativa de uma vida que precisa ser notada.
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