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Deus da carnificina (filme de 2011)

Baseado em uma peça de teatro, o filme não esconde suas origens: quase toda a história se passa dentro de um apartamento, centrada na discussão de dois casais cujos filhos brigaram no parque. O único ponto de atenção da obra são as interpretações geniais dos quatro protagonistas - não há efeitos especiais, cenários diferentes, velocidade... apenas a vida como ela é.

Ao início extremamente civilizados, aos poucos cada um dos pais vai mostrando não só o quanto está insatisfeito em relação ao desfecho da briga das crianças, mas também como não consegue lidar com o outro. Assim, o que era para ser o motivo central do encontro desses pais - a discussão dos filhos - toma uma proporção muito maior, com um debate ambientado no mundo adulto, cheio dos dilemas e contradições que lhe são próprios.

Ninguém se salva. Todos os personagens, aparentemente cordiais e bem-sucedidos, de uma maneira ou outra, não conseguem manter as aparências. Vemos, assim, aos piores segredos das pessoas comuns: nenhum crime grave, nenhum assassinato... no entanto, gente com a vida dominada por rancores, inveja, falsidade, maledicência, tristeza, frustração. Esses são eles, esses somos nós. Todos professamos a religião do deus da carnificina.





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