Em uma época em que proliferam heróis e vingadores no cinema, é difícil acreditar que existam, de fato, atitudes heroicas que não envolvam poderes mágicos e que sejam praticadas por personagens comuns. E o que é mais incrível: heroísmo de quem busca a paz, apesar de ter todos os motivos para ter sede de vingança.
Apesar do tom ameno do parágrafo acima, não acreditem que este documentário é um filme fácil; talvez tenha sido uma das obras mais dolorosas a que já assisti. Ao contrário de quando vejo uma produção sobre a beleza do Universo e acredito que exista uma razão ordenadora para tudo, esta é uma daquelas obras que me faz ter a certeza de que Deus não existe e de que a humanidade está irremediavelmente perdida. Apesar do heroísmo louvável de alguns personagens, o contexto que os cerca é devastador.
Desde a sua rápida e certeira introdução, o documentário vai nos apontando todos os conflitos do Congo, majoritariamente originados da ganância capitalista. A empresa que tenta, a todo custo, explorar o Parque Nacional Virunga (fonte de renda sustentável para o país por meio do turismo) é cruel, maldosa, racista, nojenta, maldita. Não há vocabulário chulo o suficiente para descrever o que esta e tantas outras indústrias fizeram com a África e seu povo em busca do lucro.
Se, por um minuto, nos colocamos nos lugares dos cidadãos congoleses, nos deparamos com o abismo descomunal entre o conforto ocidental da classe média e a vida do negro pobre e vítima de guerras criadas por nações europeias. O privilégio de ter um Ipad feito às custas de minérios e sangue congoleses. O privilégio de ser estrangeiro no Congo e de se achar no direito de julgar os cidadãos de primitivos. O privilégio de explorar todo um continente das formas mais cruéis e ainda criar um sentimento de ódio para com quem tem um tom de pele mais escuro.
Nosso desconhecimento do que se passa na África (onde ainda hoje vigora a exploração desenfreada de recursos e o desrespeito total à vida) é desolador. Talvez mais ainda que o próprio filme.
Apesar do tom ameno do parágrafo acima, não acreditem que este documentário é um filme fácil; talvez tenha sido uma das obras mais dolorosas a que já assisti. Ao contrário de quando vejo uma produção sobre a beleza do Universo e acredito que exista uma razão ordenadora para tudo, esta é uma daquelas obras que me faz ter a certeza de que Deus não existe e de que a humanidade está irremediavelmente perdida. Apesar do heroísmo louvável de alguns personagens, o contexto que os cerca é devastador.
Desde a sua rápida e certeira introdução, o documentário vai nos apontando todos os conflitos do Congo, majoritariamente originados da ganância capitalista. A empresa que tenta, a todo custo, explorar o Parque Nacional Virunga (fonte de renda sustentável para o país por meio do turismo) é cruel, maldosa, racista, nojenta, maldita. Não há vocabulário chulo o suficiente para descrever o que esta e tantas outras indústrias fizeram com a África e seu povo em busca do lucro.
Se, por um minuto, nos colocamos nos lugares dos cidadãos congoleses, nos deparamos com o abismo descomunal entre o conforto ocidental da classe média e a vida do negro pobre e vítima de guerras criadas por nações europeias. O privilégio de ter um Ipad feito às custas de minérios e sangue congoleses. O privilégio de ser estrangeiro no Congo e de se achar no direito de julgar os cidadãos de primitivos. O privilégio de explorar todo um continente das formas mais cruéis e ainda criar um sentimento de ódio para com quem tem um tom de pele mais escuro.
Nosso desconhecimento do que se passa na África (onde ainda hoje vigora a exploração desenfreada de recursos e o desrespeito total à vida) é desolador. Talvez mais ainda que o próprio filme.
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