Este é o primeiro livro que leio deste autor que era, até então, desconhecido para mim - a ponto de achar que tratava-se de uma escritora, já que dele só conhecia o nome feminino. Foi uma boa porta de entrada para o universo de um cronista competente, sensível e de prosa agradável, que me animou a buscar mais obras de sua autoria.
As crônicas são pautadas em motivos diversos, mas as que mais me agradaram (e que ocupam boa parte da obra) tratam de temas bastante universais: a vida, a morte, o amor, a leitura, a arte. O autor confessa o seu posto de voyeur da vida cotidiana, sempre disposto a escutar uma conversa de fila, uma briga de namorados, uma fala de criança. Com seu olhar atento aos detalhes, vai extraindo poesia e filosofia de uma aparente banalidade.
O único ponto que me incomodou um pouco nas crônicas foi uma certa visão estereotipada da mulher - ainda que, em princípio, os direitos femininos sejam defendidos ao longo dos textos. Também, obviamente, achei o título péssimo - provavelmente decisão de editor para forçar a venda. Somando prós e contras, contudo, é um bom livrinho pra pensar sobre a vida.
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