Sempre desconfio de produções relativamente grandes com temática africana - ainda que preguem o fim do racismo, a valorização da igualdade e afins, muito frequentemente o que vemos é o protagonismo de um personagem branco (que é retratado como bom o suficiente para defender os direitos de outra etnia - como se isso fosse uma escolha, e não um dever). Em obras como "Histórias cruzadas", "A boa mentira" e demais produções (recentes ou não) basta olhar a capa do filme para ver o peso da "bondade" branca.
Este é um filme majoritariamente inglês, ou seja, produzido pelos colonizadores do Quênia. No entanto, o retrato que a narrativa compõe é enviesado apenas na medida em que tenta defender a paz no presente - sem esquecer, mas também sem reacender conflitos antigos, seja com ex-colonizadores ou entre os grupos étnicos da nação. Ainda assim - e é aqui que a obra ganha pontos - o elemento branco não é retratado, de maneira alguma, como salvador.
O fato de basear-se em uma história real dá um pouco mais de credibilidade à trama. E assim, munidos de argumentos que tornam o enredo minimamente crível historicamente, podemos finalmente nos render a acompanhar a história, devidamente acompanhados dos lencinhos de papel.
Apesar de certos maniqueísmos, de maneira geral o filme não se propõe a dividir o mundo entre bons e maus. No entanto, a força de vontade do protagonista e de sua professora não deixam de ser comoventes, assim como as cenas da violência que marcaram a vida dos mais velhos no Quênia.
Os atores do filme, com destaque para as crianças, são absurdamente comoventes. Há um ou outro clichê, mas, no geral, esta não é uma obra piegas - trata-se apenas de uma narrativa com o duro papel de resgatar um pouco de nossa humanidade e crença no poder da educação e da palavra.
Este é um filme majoritariamente inglês, ou seja, produzido pelos colonizadores do Quênia. No entanto, o retrato que a narrativa compõe é enviesado apenas na medida em que tenta defender a paz no presente - sem esquecer, mas também sem reacender conflitos antigos, seja com ex-colonizadores ou entre os grupos étnicos da nação. Ainda assim - e é aqui que a obra ganha pontos - o elemento branco não é retratado, de maneira alguma, como salvador.
O fato de basear-se em uma história real dá um pouco mais de credibilidade à trama. E assim, munidos de argumentos que tornam o enredo minimamente crível historicamente, podemos finalmente nos render a acompanhar a história, devidamente acompanhados dos lencinhos de papel.
Apesar de certos maniqueísmos, de maneira geral o filme não se propõe a dividir o mundo entre bons e maus. No entanto, a força de vontade do protagonista e de sua professora não deixam de ser comoventes, assim como as cenas da violência que marcaram a vida dos mais velhos no Quênia.
Os atores do filme, com destaque para as crianças, são absurdamente comoventes. Há um ou outro clichê, mas, no geral, esta não é uma obra piegas - trata-se apenas de uma narrativa com o duro papel de resgatar um pouco de nossa humanidade e crença no poder da educação e da palavra.
Comentários
Postar um comentário