Marion Zimmer Bradley, autora de "As brumas de Avalon", segue uma proposta interessante ao longo de sua carreira literária: recontar as grandes narrativas do ponto de vista de suas personagens femininas. Nesta obra, acompanhamos as histórias de Camelot e do reinado de Arthur por meio de Morgana (que chega a assumir a posição de narradora em primeira pessoa em alguns excertos) e de Guinevere, principalmente.
O mote, que dá liga às mais de 800 páginas da trama, é o embate entre a velha religião (baseada nos poderes da natureza, encarnada na figura da Deusa) e o nascente cristianismo. As protagonistas serão representantes de cada uma dessas duas vertentes em conflito, ainda que a base da obra seja que todas as deusas e deuses representem, na verdade, uma só divindade.
Construída sob o signo da literatura de entretenimento, a obra conta com reviravoltas, crescentes narrativos e momentos de suspense para garantir a atenção constante do leitor. De fato, é uma escrita gostosa de acompanhar, mesmo que o período retratado seja relativamente longo - cerca de 3 gerações - e o número de personagens, extenso.
O último livro é o que mais me cansou, por contar com muitas histórias paralelas, superficialmente desenvolvidas, além do excesso de conflitos (a tal ponto que chega a ser difícil acompanhar todas as reviravoltas narrativas). O último tomo é também o único em que Morgana se enfraquece enquanto personagem verossímil, adotando atitudes pouco justificáveis e frequentemente contraditórias. A frase "Ele/a foi a única pessoa que me amou" aparece aplicada a três personagens diferentes na fala de Morgana neste último volume, o que serve para exemplificar a falta de coerência do final da obra.
No entanto, no geral trata-se de uma literatura de entretenimento bem desenvolvida e que incita o leitor a pesquisar mais sobre os Cavaleiros da Távola Redonda.
O filme, por sua vez, apesar de ter feito várias adaptações ao enredo original, consegue preservar certa fidelidade à ideia principal da trama. A trilha sonora e a fotografia são muito bem escolhidas, e ajudam a criar o panorama do mundo de Avalon e Camelot. Ainda que algumas cenas sejam apresentadas com muita rapidez (de forma quase incompreensível para quem não leu a obra) e consequente superficialidade, as atuações são muito boas e ajudam a preservar a verossimilhança. Talvez o destaque fique com a interpretação do personagem Mordred, que é excepcional, mas todas as demais também são ótimas. Um filme interessante para uma obra que cativa.
O mote, que dá liga às mais de 800 páginas da trama, é o embate entre a velha religião (baseada nos poderes da natureza, encarnada na figura da Deusa) e o nascente cristianismo. As protagonistas serão representantes de cada uma dessas duas vertentes em conflito, ainda que a base da obra seja que todas as deusas e deuses representem, na verdade, uma só divindade.
Construída sob o signo da literatura de entretenimento, a obra conta com reviravoltas, crescentes narrativos e momentos de suspense para garantir a atenção constante do leitor. De fato, é uma escrita gostosa de acompanhar, mesmo que o período retratado seja relativamente longo - cerca de 3 gerações - e o número de personagens, extenso.
O último livro é o que mais me cansou, por contar com muitas histórias paralelas, superficialmente desenvolvidas, além do excesso de conflitos (a tal ponto que chega a ser difícil acompanhar todas as reviravoltas narrativas). O último tomo é também o único em que Morgana se enfraquece enquanto personagem verossímil, adotando atitudes pouco justificáveis e frequentemente contraditórias. A frase "Ele/a foi a única pessoa que me amou" aparece aplicada a três personagens diferentes na fala de Morgana neste último volume, o que serve para exemplificar a falta de coerência do final da obra.
No entanto, no geral trata-se de uma literatura de entretenimento bem desenvolvida e que incita o leitor a pesquisar mais sobre os Cavaleiros da Távola Redonda.
O filme, por sua vez, apesar de ter feito várias adaptações ao enredo original, consegue preservar certa fidelidade à ideia principal da trama. A trilha sonora e a fotografia são muito bem escolhidas, e ajudam a criar o panorama do mundo de Avalon e Camelot. Ainda que algumas cenas sejam apresentadas com muita rapidez (de forma quase incompreensível para quem não leu a obra) e consequente superficialidade, as atuações são muito boas e ajudam a preservar a verossimilhança. Talvez o destaque fique com a interpretação do personagem Mordred, que é excepcional, mas todas as demais também são ótimas. Um filme interessante para uma obra que cativa.
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