Adiei por muito tempo a leitura de É isto um homem?, por mais que soubesse que se tratava de um livro icônico para refletir sobre o nazismo, e, além do mais, de uma obra bastante curta (cerca de 150 páginas). No entanto, apesar de sua breve extensão, é um livro muito poderoso. Durante o processo de leitura, se, por vezes, caía no sono (pelo hábito de ler no ônibus e não pela falta de interesse na narrativa), logo era assaltada por pesadelos. Por mais que Primo Levi não seja um escritor prolífico, suas descrições, pontuais, são suficientes para criar o panorama do que foi a terrível Auschwitz.
O autor conta como o seu trancafiamento talvez tenha sido até um pouco menos intenso, considerando que o fim da guerra já se aproximava e que os alemães precisavam da mão de obra judaica escravizada. Mesmo assim, não há alívios de nenhuma espécie na trama. Cada momento vivido pelos prisioneiros é marcado pela dor, pelo confinamento, pela subjugação a ordens aleatórias e autoritárias.
A pergunta intituladora parece se referir tanto ao carrasco quanto às vítimas. Como ser um homem, ainda que se espanque seu próprio vizinho e que se tenha indiferença por sofrimentos de toda a espécie, inclusive de crianças? Por outro lado, como ser um homem quando seu nome é substituído por um número, seus pertences lhe são tirados e, repentinamente, já não se pode manifestar nenhuma vontade? Há exceções marcantes a esse questionamento, como Lourenço, prisioneiro de Auschwitz extremamente altruísta, mesmo no contexto do maior dos desesperos. Contudo, em geral, o que o livro de Levi nos traz é a sensação do quão pouco somos humanos em um cenário de guerra.
O autor conta como o seu trancafiamento talvez tenha sido até um pouco menos intenso, considerando que o fim da guerra já se aproximava e que os alemães precisavam da mão de obra judaica escravizada. Mesmo assim, não há alívios de nenhuma espécie na trama. Cada momento vivido pelos prisioneiros é marcado pela dor, pelo confinamento, pela subjugação a ordens aleatórias e autoritárias.
A pergunta intituladora parece se referir tanto ao carrasco quanto às vítimas. Como ser um homem, ainda que se espanque seu próprio vizinho e que se tenha indiferença por sofrimentos de toda a espécie, inclusive de crianças? Por outro lado, como ser um homem quando seu nome é substituído por um número, seus pertences lhe são tirados e, repentinamente, já não se pode manifestar nenhuma vontade? Há exceções marcantes a esse questionamento, como Lourenço, prisioneiro de Auschwitz extremamente altruísta, mesmo no contexto do maior dos desesperos. Contudo, em geral, o que o livro de Levi nos traz é a sensação do quão pouco somos humanos em um cenário de guerra.
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