Sequência do já canônico É isto um homem, este livro de Primo Levi, ex-prisioneiro de Auschwitz, narra a saga dos sobreviventes dos campos de concentração de volta às suas casas. Ao contrário da difundida ideia hollywoodiana (de que os estadunidenses "salvaram" a todos e garantiram um final feliz à guerra), a situação de abuso, pobreza e abandono das vítimas do conflito demorou muito tempo a se extinguir, deixando inúmeras sequelas e cicatrizes.
O percurso de Primo em busca da Itália, sua terra natal, é extremamente burocrático, sinuoso, à mercê da vontade e da disposição dos russos. Ainda que em melhor situação do que a concentracionária, as pessoas continuam sendo submetidas a desmandos, enquanto tentam resgatar a sua humanidade na medida do possível.
O longo e arrastado caminho descrito pelo autor se reflete em uma escrita tortuosa, truncada, o que acaba tornando a narrativa mais verossímil, porém bastante aflitiva para o leitor.
O filme, por sua vez, ainda que bastante fiel ao livro, é ainda mais arrastado. Exceto pela homenagem ao autor e por mostrar uma situação pouco conhecida do pós-guerra, é uma produção bastante medíocre, com trilha sonora que tenta ser grandiloquente (sem conseguir) e closes bastante patéticos, ressaltados por frases de efeito retiradas de forma descontextualizada da obra.
Ainda pretendo ler, de Primo Levi, Os afogados e os sobreviventes, obra na qual ele parece tecer reflexões bastante profundas sobre o holocausto. No entanto, espero que seja uma leitura menos frustrante do que a da Trégua.
O percurso de Primo em busca da Itália, sua terra natal, é extremamente burocrático, sinuoso, à mercê da vontade e da disposição dos russos. Ainda que em melhor situação do que a concentracionária, as pessoas continuam sendo submetidas a desmandos, enquanto tentam resgatar a sua humanidade na medida do possível.
O longo e arrastado caminho descrito pelo autor se reflete em uma escrita tortuosa, truncada, o que acaba tornando a narrativa mais verossímil, porém bastante aflitiva para o leitor.
O filme, por sua vez, ainda que bastante fiel ao livro, é ainda mais arrastado. Exceto pela homenagem ao autor e por mostrar uma situação pouco conhecida do pós-guerra, é uma produção bastante medíocre, com trilha sonora que tenta ser grandiloquente (sem conseguir) e closes bastante patéticos, ressaltados por frases de efeito retiradas de forma descontextualizada da obra.
Ainda pretendo ler, de Primo Levi, Os afogados e os sobreviventes, obra na qual ele parece tecer reflexões bastante profundas sobre o holocausto. No entanto, espero que seja uma leitura menos frustrante do que a da Trégua.
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