Aquarius foi um dos raros filmes brasileiros a ganhar uma ampla cobertura na mídia, contudo, muito mais baseada no posicionamento político dos atores do que na obra em si. Enquanto memes proliferavam na internet (contra ou a favor da produção), o fato é que o longa teve uma rala distribuição pelas redes de cinema e tornou-se um filme do qual todos falam, mas a que poucos efetivamente assistiram.
O enredo gira em torno de uma mulher branca, de classe média, que já passou por um câncer de seio e que luta contra o mercado imobiliário para manter um apartamento que lhe traz muitas lembranças. Obviamente, ela pouco pode fazer contra interesses multimilionários, ainda que não seja uma personagem desvalida - pelo contrário, é cercada de todos os privilégios que a cor da pele e a profissão acadêmica lhe dão.
Considerando tratar-se de um filme destinado a um público que tem oportunidade de buscar por um cinema diferenciado, a interlocução parece funcionar bem. Ao abordar problemas típicos da classe média, em várias facetas, é difícil não gerar identificação com algum traço da vida do espectador. Esse primeiro sentimento pode levar à consequente empatia pela luta da protagonista - afinal, quem de nós não se sente impotente diante dos desmandos das grandes empresas?
A multiplicidade de enfoques da obra, ainda que seja verossímil com a vida atribulada que todos levamos, não foi marcante para mim; é um retrato de um segmento muito específico da sociedade, que sequer representa uma parcela significativa dos brasileiros. Somada a um final aberto, a obra não convence enquanto retrato de uma luta ou posicionamento de resistência.
O enredo gira em torno de uma mulher branca, de classe média, que já passou por um câncer de seio e que luta contra o mercado imobiliário para manter um apartamento que lhe traz muitas lembranças. Obviamente, ela pouco pode fazer contra interesses multimilionários, ainda que não seja uma personagem desvalida - pelo contrário, é cercada de todos os privilégios que a cor da pele e a profissão acadêmica lhe dão.
Considerando tratar-se de um filme destinado a um público que tem oportunidade de buscar por um cinema diferenciado, a interlocução parece funcionar bem. Ao abordar problemas típicos da classe média, em várias facetas, é difícil não gerar identificação com algum traço da vida do espectador. Esse primeiro sentimento pode levar à consequente empatia pela luta da protagonista - afinal, quem de nós não se sente impotente diante dos desmandos das grandes empresas?
A multiplicidade de enfoques da obra, ainda que seja verossímil com a vida atribulada que todos levamos, não foi marcante para mim; é um retrato de um segmento muito específico da sociedade, que sequer representa uma parcela significativa dos brasileiros. Somada a um final aberto, a obra não convence enquanto retrato de uma luta ou posicionamento de resistência.
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