A fotografia é uma arte tão necessária nos tempos atuais, constituinte da nossa própria individualidade (trocamos o ego pela selfie), que sua origem parece muito mais remota do que um breve século.
A obra da Taschen, ao recuperar a publicação de Alfred Stieglitz - fotógrafo, escritor, artista múltiplo e editor -, Camera Work, resgata este primeiro tempo do desenvolvimento da fotografia. Nos jornais coordenados por Stieglitz, apesar da pouca variedade de fotógrafos (reduzidos, em sua maioria, ao círculo de seus amigos íntimos), é possível observar os exercícios de temas e técnicas típicos do início do século XX.
Apesar de haver um abismo de recursos disponíveis agora em comparação às simples câmeras escuras dos anos 1900, alguns trabalhos superam muito a limitação técnica para se tornarem obras atemporais. Ainda que pixelizadas, há imagens que são composições primorosas nesta linguagem então recém-descoberta.
Outro fato interessante é observar o círculo de artistas do começo do século, com participação de Renoir e George Bernard Shaw nas fotografias da coletânea, além de muitos outros nomes que entrecruzaram sua vida, em algum momento, com a de Stieglitz. É, enfim, um delicioso passeio pelo nascente século XX.
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