Um quadrinho que traz como personagens Gertrude Stein, Picasso, Braque, Alice B. Toklas, Apollinaire, dentre tantas outras figuras icônicas do século XX, prometia ser uma obra em quadrinhos minimamente interessante. Contudo, ao final da leitura tive a sensação de estar diante de uma obra com o mesmo senso estético de Orgulho e preconceito zumbis ou algo que o valha. É um livro ao qual talvez dê outra chance no futuro - afinal, em muitos casos reconheço que me faltaram referências para compreender o fluxo da narrativa - mas acho muito improvável que minha opinião mude muito radicalmente sobre ela.
O personagem de cabelo azul já ganhou apelidos que o aproximam dos famosos Calvin e Mafalda. No entanto, o toque brasileiro é que faz a diferença e aproxima Armandinho de seus leitores. O garotinho, que não gosta muito da escola, mostra que a sabedoria vai muito além dos bancos da sala de aula. Desde questões políticas específicas - do Brasil ou de Santa Catarina - até piadas simples sobre assuntos cotidianos, a força das suas tirinhas reside também na versatilidade. O ponto de vista infantil nos serve de guia nesses quadrinhos, nos quais os adultos aparecem sempre retratados sob o viés da criança. Para comprovar esse fato, basta observar o traço: assim como na clássica animação dos Muppets, apenas as pernas dos personagens mais velhos são desenhadas. Se a semelhança com Mafalda está no aspecto irreverente (e nos cabelos que são marca registrada), com Calvin o parentesco vai além: em muitas das tirinhas, Armandinho aparece com seu bicho de estimação (um sapo que, inclusi...
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