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Érico Veríssimo: o romance da história

O livro contém artigos dos acadêmicos Sandra Jatahy Pesavento, Jacques Leenhart, Ligia Chiappini e Flávio Aguiar sobre cada uma das partes da saga O tempo e o vento, além de um texto para a obra como um todo. Além disso, há uma entrevista e um ensaio inéditos de Antonio Candido sobre a trilogia do escritor gaúcho.

Os textos de Candido iniciam o volume e são bastante interessantes (talvez de uma época em que o professor não fosse tão reverenciado, endeusado), provocadores. Ele fala abertamente contra a ditadura e prova por que Érico é um escritor a favor da democracia (na época, a publicação deste texto foi proibida pela censura).

Apesar de já conhecer mais a obra de Ligia Chiappini e de ter apreciado mais seus artigos (inclusive uma crítica à leitura de FHC da obra), no geral o livro ampliou o meu leque de reflexões sobre O tempo e o vento. Alguns questionamentos que, para mim, só surgiram após a leitura deste livro de apoio foram:

- o fato de o Sobrado ser um personagem da obra (quase um protagonista);
- a personagem Luzia ser a incorporação dos valores de modernidade, que só chegarão posteriormente a Santa Fé na figura de seu bisneto Rodrigo Cambará;
- Pedro Missioneiro, em princípio bárbaro, foi quem introduziu a cultura no seio da família Terra;
- a importância dos nomes, como o de Bibiana (duas vezes Ana Terra) e Bibi (neta sem nada de Ana);
- Floriano trazer tantos elementos femininos em uma família que valoriza, acima de tudo, o que é masculino;
- Floriano ter a função de preservar as memórias, tal como as mulheres da família.

Nem todos os artigos são igualmente bons, mas há pontos interessantes e que despertam a discussão.



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