De Rosa Montero, já havia lido A louca da casa, romance disfarçado de autobiografia que engana o leitor, levando-o a confiar em uma narradora ambígua, fugaz, contraditória. Bastante curta, é uma obra extremamente bem acabada e que desperta a curiosidade para conhecer a autora da deliciosa vida inventada.
Historia del rey transparente, na contramão, é um romance extenso - cerca de 600 páginas - e com um ambiente totalmente distinto. Situado na Idade Média, por volta do século XII, traz as figuras de cavaleiros andantes, feiticeiras, castelos, guerreiros das Cruzadas em um enredo de aventura e resistência. Também dialoga com tradições já conhecidas, como as histórias da Távola Redonda.
Leola, personagem anfíbia, é uma aldeã que, para fugir das guerras, se veste com a armadura de um cavaleiro morto nas batalhas. A partir deste fato, oscila entre o masculino e o feminino ao longo de toda a trama, conforme as necessidades do contexto e suas próprias ânsias. Sem definir-se peremptoriamente em nenhuma das vidas (Leo/Leola), consegue revelar o panorama da época sob mais de um ponto de vista - ainda que a protagonista seja apenas uma.
Segundo Rosa Montero, no posfácio, sua obra é ucrônica, pois não se preocupa em respeitar totalmente as datas históricas. Ora aproximando, ora distanciando fatos e lugares, seu objetivo é criar uma ideia da Idade Média mais ampla, revelando uma época que foi muito além de "idade das trevas".
Com um começo e final excelentes, nem sempre a trama consegue manter o ritmo de aventura e episódios de ação. Boa parte do meio do romance chega a ser, se não enfadonha, ao menos bastante previsível. No entanto, nem por isso deixa de valer a leitura - insistir nela levará o leitor a um fecho espetacular, que compensará quaisquer irregularidades no romance. Além do mais, não deixa de ser uma história de empoderamento feminino, com personagens fortes e questionadoras - assim como sua criadora.
Historia del rey transparente, na contramão, é um romance extenso - cerca de 600 páginas - e com um ambiente totalmente distinto. Situado na Idade Média, por volta do século XII, traz as figuras de cavaleiros andantes, feiticeiras, castelos, guerreiros das Cruzadas em um enredo de aventura e resistência. Também dialoga com tradições já conhecidas, como as histórias da Távola Redonda.
Leola, personagem anfíbia, é uma aldeã que, para fugir das guerras, se veste com a armadura de um cavaleiro morto nas batalhas. A partir deste fato, oscila entre o masculino e o feminino ao longo de toda a trama, conforme as necessidades do contexto e suas próprias ânsias. Sem definir-se peremptoriamente em nenhuma das vidas (Leo/Leola), consegue revelar o panorama da época sob mais de um ponto de vista - ainda que a protagonista seja apenas uma.
Segundo Rosa Montero, no posfácio, sua obra é ucrônica, pois não se preocupa em respeitar totalmente as datas históricas. Ora aproximando, ora distanciando fatos e lugares, seu objetivo é criar uma ideia da Idade Média mais ampla, revelando uma época que foi muito além de "idade das trevas".
Com um começo e final excelentes, nem sempre a trama consegue manter o ritmo de aventura e episódios de ação. Boa parte do meio do romance chega a ser, se não enfadonha, ao menos bastante previsível. No entanto, nem por isso deixa de valer a leitura - insistir nela levará o leitor a um fecho espetacular, que compensará quaisquer irregularidades no romance. Além do mais, não deixa de ser uma história de empoderamento feminino, com personagens fortes e questionadoras - assim como sua criadora.
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