Nadine Gordimer é uma escritora de mão cheia - não é sem mérito que levou o Prêmio Nobel em 1991. O livro Tempos de reflexão - de 1954 a 1989 é uma coletânea de ensaios publicados pela autora em veículos diversos, todos escritos em uma época ainda pré-apartheid.
A edição da Biblioteca Azul, ainda que muito bonita, pouco ajuda o leitor no trabalho de contextualizar textos escritos há mais de meio século em um continente e situação política extremamente diversos dos nossos. A falta de artigos de apoio ou mesmo das boas e velhas notas de rodapé torna a leitura mais difícil, especialmente para leitores preguiçosos (assim como eu). São muitas as referências que são quase incompreensíveis para um brasileiro - ao longo da leitura, desisti de pesquisar as personalidades e dados históricos utilizados por Nadine para tecer suas reflexões. E, devo confessar, essa preguiça tornou boa parte do livro bastante desinteressante para mim - uma vez que girava em torno de assuntos dos quais nada sabia.
Há ensaios, contudo, muito mais acessíveis e de leitura saborosa. Todos os textos da escritora sobre o apartheid e o racismo tecem reflexões profundas, muitas delas que podem ser aplicadas ao nosso próprio momento histórico. Seus pensamentos sobre o processo de escrita são igualmente provocadores. Assim, a obra é metade choque cultural (com referências que não ousamos compreender) e metade universal, feita para todo aquele disposto a conhecer um pouco mais da literatura africana. Talvez o segundo volume de ensaios (que vai até 2008) seja uma leitura mais rica para nós, brasileiros, tão ignorantes de tudo o que toca à África.
A edição da Biblioteca Azul, ainda que muito bonita, pouco ajuda o leitor no trabalho de contextualizar textos escritos há mais de meio século em um continente e situação política extremamente diversos dos nossos. A falta de artigos de apoio ou mesmo das boas e velhas notas de rodapé torna a leitura mais difícil, especialmente para leitores preguiçosos (assim como eu). São muitas as referências que são quase incompreensíveis para um brasileiro - ao longo da leitura, desisti de pesquisar as personalidades e dados históricos utilizados por Nadine para tecer suas reflexões. E, devo confessar, essa preguiça tornou boa parte do livro bastante desinteressante para mim - uma vez que girava em torno de assuntos dos quais nada sabia.
Há ensaios, contudo, muito mais acessíveis e de leitura saborosa. Todos os textos da escritora sobre o apartheid e o racismo tecem reflexões profundas, muitas delas que podem ser aplicadas ao nosso próprio momento histórico. Seus pensamentos sobre o processo de escrita são igualmente provocadores. Assim, a obra é metade choque cultural (com referências que não ousamos compreender) e metade universal, feita para todo aquele disposto a conhecer um pouco mais da literatura africana. Talvez o segundo volume de ensaios (que vai até 2008) seja uma leitura mais rica para nós, brasileiros, tão ignorantes de tudo o que toca à África.
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