41 inícios falsos é uma coletânea de ensaios da jornalista tcheca, naturalizada estadunidense, Janet Malcolm. Como o próprio subtítulo antecipa, são reflexões acerca de artistas e escritores - em sua grande maioria estadunidenses ou relacionados ao mercado cultural/de consumo deste país.
Por ser, de certa forma, uma obra pensada para leitores pré-determinados - com referências culturais muito específicas - o livro pode não ser totalmente claro para os brasileiros. No entanto, como uma boa jornalista, a autora consegue criar uma ambientação para o seu público, que, mesmo sem conhecer o artista retratado, consegue ter um panorama geral de sua biografia e/ou estilo.
O artigo que intitula a obra merece essa primazia por sua inovação estilística. Ao traçar um perfil do artista plástico David Salle - figurinha carimbada em publicações sobre arte -, ao invés de repetir informações já conhecidas, a jornalista prefere reinventar o gênero, publicando 41 começos de ensaio, sem preocupar-se com os clássicos desenvolvimento e conclusão. Assim como a obra de Salle é caracterizada pelo aspecto de incompletude, o ensaio de Janet também o é. Trata-se de uma apropriação da forma em diferente linguagem, um ato de ousadia e liberdade na escrita.
Os demais ensaios também brincam com as possibilidades da linguagem, ainda que de forma mais sutil. Há um longo texto de entrevistas com os editores da revista Artforum, por exemplo, em que cada uma das pessoas é retratada de acordo com o seu local de moradia e o seu modo próprio de vestir-se.
Quando aborda artistas mais conhecidos neste parte de cá do Equador, seus textos se bastante interessantes para o público brasileiro, que tem acesso a uma visão bastante detalhada de biografias únicas - e, por vezes, explosivas. Este é o caso dos textos sobre a família de Virginia Woolf e as publicações de Salinger, por exemplo.
Para fechar a obra, há um curto texto de Malcolm que discute as especifidades do trabalho de elaboração de uma autobiografia. Ainda que seja um dos ensaios mais curtos do livro - apenas 2 páginas - é igualmente brilhante e consegue arrematar bem uma obra que é bastante equilibrada.
Por ser, de certa forma, uma obra pensada para leitores pré-determinados - com referências culturais muito específicas - o livro pode não ser totalmente claro para os brasileiros. No entanto, como uma boa jornalista, a autora consegue criar uma ambientação para o seu público, que, mesmo sem conhecer o artista retratado, consegue ter um panorama geral de sua biografia e/ou estilo.
O artigo que intitula a obra merece essa primazia por sua inovação estilística. Ao traçar um perfil do artista plástico David Salle - figurinha carimbada em publicações sobre arte -, ao invés de repetir informações já conhecidas, a jornalista prefere reinventar o gênero, publicando 41 começos de ensaio, sem preocupar-se com os clássicos desenvolvimento e conclusão. Assim como a obra de Salle é caracterizada pelo aspecto de incompletude, o ensaio de Janet também o é. Trata-se de uma apropriação da forma em diferente linguagem, um ato de ousadia e liberdade na escrita.
Os demais ensaios também brincam com as possibilidades da linguagem, ainda que de forma mais sutil. Há um longo texto de entrevistas com os editores da revista Artforum, por exemplo, em que cada uma das pessoas é retratada de acordo com o seu local de moradia e o seu modo próprio de vestir-se.
Quando aborda artistas mais conhecidos neste parte de cá do Equador, seus textos se bastante interessantes para o público brasileiro, que tem acesso a uma visão bastante detalhada de biografias únicas - e, por vezes, explosivas. Este é o caso dos textos sobre a família de Virginia Woolf e as publicações de Salinger, por exemplo.
Para fechar a obra, há um curto texto de Malcolm que discute as especifidades do trabalho de elaboração de uma autobiografia. Ainda que seja um dos ensaios mais curtos do livro - apenas 2 páginas - é igualmente brilhante e consegue arrematar bem uma obra que é bastante equilibrada.
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