Com o mesmo projeto gráfico, o mesmo organizador e quase o mesmo título de "Cartas extraordinárias", esta antologia de listas despertou o interesse do público que já conhecia o trabalho de Shaun Usher. No entanto, enquanto a antologia epistolográfica prezou pela qualidade literária, aqui a seleção se pauta mais pelo eventual interesse histórico que essas listas, tratadas como documentos, podem despertar. Ou, em outra palavras: para bom apreciador da literatura, este é um livrão chato de ser lido - e não há projeto gráfico mirabolante que dê conta de tornar essa obra mais interessante.
Não se trata de uma generalização absoluta; algumas listas da coleção são realmente tocantes, divertidas, e criam um pacto de intimidade com o leitor. Delas são exemplo as regras de Susan Sontag para criar um filho, as listas de livros favoritos de alguns escritores, as técnicas de escrita de Jack Kerouac, a lista de símiles de Raymond Chandler, os conselhos de Tchekhov a seu irmão... mas, somadas, as listas realmente boas de se ler talvez representem, quando muito, uns 30% do livro.
Outro problema, além da escolha de listas interessantes apenas do ponto de vista de fonte documental, é o medo de selecionar os melhores excertos, para preservar a fidelidade do texto. Assim, não só lidamos com listas chatas, mas com listas extremamente longas, com fac-símiles que ocupam páginas e mais páginas...
Por fim, um último ponto de ressalva é a insistência em alguns autores, que aparecem em vários momentos ao longo da antologia. Ainda que alguns personagens tenham, de fato, uma mão mais treinada para produzir listas que despertam o interesse do público, a proposta de um trabalho como este é (ou deveria ser) ir atrás de outras possibilidades, preservando a diversidade dos escritos aliada ao prazer da leitura.
Não se trata de uma generalização absoluta; algumas listas da coleção são realmente tocantes, divertidas, e criam um pacto de intimidade com o leitor. Delas são exemplo as regras de Susan Sontag para criar um filho, as listas de livros favoritos de alguns escritores, as técnicas de escrita de Jack Kerouac, a lista de símiles de Raymond Chandler, os conselhos de Tchekhov a seu irmão... mas, somadas, as listas realmente boas de se ler talvez representem, quando muito, uns 30% do livro.
Outro problema, além da escolha de listas interessantes apenas do ponto de vista de fonte documental, é o medo de selecionar os melhores excertos, para preservar a fidelidade do texto. Assim, não só lidamos com listas chatas, mas com listas extremamente longas, com fac-símiles que ocupam páginas e mais páginas...
Por fim, um último ponto de ressalva é a insistência em alguns autores, que aparecem em vários momentos ao longo da antologia. Ainda que alguns personagens tenham, de fato, uma mão mais treinada para produzir listas que despertam o interesse do público, a proposta de um trabalho como este é (ou deveria ser) ir atrás de outras possibilidades, preservando a diversidade dos escritos aliada ao prazer da leitura.
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