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Dangal (filme de 2016)

Os fãs de filmes indianos já se acostumaram à abertura clássica dessas produções: o print de uma ficha com os dados técnicos da produção (o que talvez seja um retrato da burocracia que, tal como aqui, permeia este país de dimensões continentais). No entanto, Dangal oferece uma grande surpresa, logo no início: o castelinho da Disney anuncia que essa produção é de Bolly e de Hollywood - um misto até então raro.

O que veio do Ocidente para o Oriente de positivo? A película recente de Aamir Khan revela uma nova temática, centrada na força e no poder feminino. Em um país machista como a Índia (uma das campeãs de estupro do mundo), esse tipo de mentalidade - ainda que importada - é sempre bem-vinda. As produções de Bollywood atingem milhões - que seja, então, para divulgar respeito.

Por outro lado, a influência ocidental nesta peça indiana acabou confluindo para pasteurizar um pouco mais o seu formato, seu enredo, seu estilo. Trata-se de um filme mais curto que o usual, com menor mescla de gêneros narrativos, um tanto previsível. Se pensarmos que Bollywood é a terra cinematográfica das reviravoltas, o fato é que a produção acaba perdendo em pelo menos um aspecto fundamental para a constituição de sua própria identidade.

Aamir Khan está, no entanto, maravilhoso mais uma vez (e passando por uma transformação física surpreendente para o papel). A história entretém, diverte e comove - ainda que sem garantir profundidade ao enredo.

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