Ainda que o contexto seja diametralmente oposto, o diário de Helena Morley, menina de Diamantina do fim do século XIX, em muitos pontos se assemelha ao clássico diário de Anne Frank. Além da obviedade do gênero, ambas as narradoras são surpreendentemente maduras para a idade, criando textos fluidos, irônicos, confessionais e apaixonantes.
Talvez as coincidências parem por aí, uma vez que Anne teve pouca chance de editar seus escritos e Helena Morley (provavelmente) tenha passado décadas nesse trabalho. Única publicação da vida da autora, seu relato não é só um precioso documento histórico, mas também uma trama bem construída e absolutamente envolvente.
Ainda que o conceito de feminismo aqui seja bastante anacrônico, o fato é que a menina Helena tem um pensamento bastante avançado para a época. Além das habituais travessuras, ela não tem papas na língua para questionar instituições consagradas como a igreja e o machismo.
Fruto de seu momento histórico, o diário, contudo, tem de ser visto inserido em seu contexto. Mesmo que seja muito avançado em alguns aspectos, não deixa de compactuar com o racismo, os preconceitos de classe social e diversas instituições e práticas seculares.
O filme homônimo, de 2003, é bastante fiel ao diário original e consegue colocar em evidência a voz da criança habitante de Diamantina. Os cenários rurais e o caráter de produção de época ajudam a imaginar o momento de produção do livro, além de tornar a ousadia e irreverência da menina ainda mais real aos olhos do espectador/leitor.
Talvez as coincidências parem por aí, uma vez que Anne teve pouca chance de editar seus escritos e Helena Morley (provavelmente) tenha passado décadas nesse trabalho. Única publicação da vida da autora, seu relato não é só um precioso documento histórico, mas também uma trama bem construída e absolutamente envolvente.
Ainda que o conceito de feminismo aqui seja bastante anacrônico, o fato é que a menina Helena tem um pensamento bastante avançado para a época. Além das habituais travessuras, ela não tem papas na língua para questionar instituições consagradas como a igreja e o machismo.
Fruto de seu momento histórico, o diário, contudo, tem de ser visto inserido em seu contexto. Mesmo que seja muito avançado em alguns aspectos, não deixa de compactuar com o racismo, os preconceitos de classe social e diversas instituições e práticas seculares.
O filme homônimo, de 2003, é bastante fiel ao diário original e consegue colocar em evidência a voz da criança habitante de Diamantina. Os cenários rurais e o caráter de produção de época ajudam a imaginar o momento de produção do livro, além de tornar a ousadia e irreverência da menina ainda mais real aos olhos do espectador/leitor.
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