Zambra é um autor chileno contemporâneo de que gosto muito - em partes. No geral, toda sua obra me soa um tanto irregular: há começos que são inesquecíveis (como o incrível início de "Bonsai"), passagens marcantes (como a discussão com um pai pinochetista em "Formas de voltar para casa") e finais enigmáticos (vide "A vida privada das árvores"). No entanto, entre tantos excertos profundos, nem sempre o autor parece manter o mesmo fôlego ou qualidade - ainda que seja o criador de poucos e curtos livros.
Assim, "Múltipla escolha" é uma obra que, pela forma, já trouxe todos os elementos para virar o meu Zambra favorito. Como dito no título, este é um projeto literário desenvolvido na forma de testes de vestibular - diante de várias alternativas, posso escolher o meu rumo da história, o meu narrador preferido dentre as ideias múltiplas do escritor.
Novamente, não são todos os textos que são igualmente potentes - mas, em um gênero fragmentário como o escolhido, isso é o esperado. Passeando por tipos de questões diversos, o escritor consegue a proeza de tornar um gênero textual inócuo em pura arte, fonte de crítica e reflexão. Quem dera todas as provas da vida fossem assim.
Assim, "Múltipla escolha" é uma obra que, pela forma, já trouxe todos os elementos para virar o meu Zambra favorito. Como dito no título, este é um projeto literário desenvolvido na forma de testes de vestibular - diante de várias alternativas, posso escolher o meu rumo da história, o meu narrador preferido dentre as ideias múltiplas do escritor.
Novamente, não são todos os textos que são igualmente potentes - mas, em um gênero fragmentário como o escolhido, isso é o esperado. Passeando por tipos de questões diversos, o escritor consegue a proeza de tornar um gênero textual inócuo em pura arte, fonte de crítica e reflexão. Quem dera todas as provas da vida fossem assim.
Comentários
Postar um comentário