Terceiro livro da Tetralogia Napolitana, este romance de Elena Ferrante (ou esta parte do que, no fim, é uma única narrativa) é mais intrigante do que as duas obras anteriores. Ainda que a narradora de toda a história (Lenu) seja uma mulher adulta, a sua voz confunde-se à faixa etária que conta. Assim, se no primeiro romance ainda temos um tom de descoberta e fascínio diante do mundo e das possibilidades que ele oferece, neste volume a desilusão e a agressividade de Lenu-narradora/Lila-narrada são muito maiores.
Cobrindo um recorte de tempo amplo (vários anos entre o casamento e o divórcio da narradora), a lógica é que o ritmo do enredo encurte-se. Com uma estrutura naturalmente cativante, o pé no acelerador apenas fisga ainda mais o leitor, fazendo-o querer acompanhar o desenrolar e o desfecho de uma das histórias de amizade mais sincera e arrebatadora da literatura.
Elena Ferrante não é uma autora poética, que prenda o seu leitor com frases de efeito. Brusca e sucinta como a realidade que conta, o que surpreende em sua escrita é a brutalidade - que, durante tanto tempo, foi vista como inconciliável com a literatura feita por mulheres. Feita de contínuos tapas na cara de seu leitor, é uma obra para incomodar - e viciar.
Cobrindo um recorte de tempo amplo (vários anos entre o casamento e o divórcio da narradora), a lógica é que o ritmo do enredo encurte-se. Com uma estrutura naturalmente cativante, o pé no acelerador apenas fisga ainda mais o leitor, fazendo-o querer acompanhar o desenrolar e o desfecho de uma das histórias de amizade mais sincera e arrebatadora da literatura.
Elena Ferrante não é uma autora poética, que prenda o seu leitor com frases de efeito. Brusca e sucinta como a realidade que conta, o que surpreende em sua escrita é a brutalidade - que, durante tanto tempo, foi vista como inconciliável com a literatura feita por mulheres. Feita de contínuos tapas na cara de seu leitor, é uma obra para incomodar - e viciar.
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