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Fico besta quando me entendem (entrevistas com Hilda Hilst)

Reunião de entrevistas com a escritora Hilda Hilst ao longo de sua carreira, o livro é uma boa maneira de adentrar no universo da autora. Conforme vamos avançando na leitura, percebemos o quanto Hilda, por si mesma, constitui-se quase como personagem no universo intenso de sua produção.

Talvez a maior desvantagem da obra seja a repetição de perguntas dos entrevistadores. Ainda que seja mais um atestado da ineficiência de alguns jornalistas do que uma falha da autora, acaba tornando a imersão no livro um tanto cansativa. Há um certo sensacionalismo excessivo em torno do fato de Hilda buscar entrar em contato com os mortos - que, em alguns casos, vira quase que o tema exclusivo da entrevista.

Figura engraçadíssima e irreverente, a autora não deixa de dar também boas alfinetadas nos entrevistadores. Em outros momentos séria e reflexiva, ela nos garante boas conversas, que nunca dão conta de revelar tudo o que teríamos a conhecer sobre sua pessoa. Que seja, então, um convite a aprofundarmos esse contato por meio de sua obra.



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