Kamila Shamsie, vencedora do Women's Prize de 2018, é uma escritora paquistanesa e britânica. Situada entre duas nacionalidades e continentes, a autora reflete em sua narrativa culturas tão diversas como a de um lorde e a de um sheik.
Ainda que as raízes múltiplas da escritora já fossem temática suficiente para sua escrita, ela ancora o romance "Home Fire" em outro ponto do mapa e do espaço: sua obra é uma releitura da história de Antígona, uma das tragédias clássicas de Sófocles.
O que a autora faz é dar uma roupagem nova a este mito fundador da cultura ocidental, trazendo a questão da dignidade do enterro para nossa época. Assim, questões bastante complexas, como a participação de jovens no Estado Islâmico e em ataques terroristas são analisadas sob um viés não maniqueísta - e tampouco conciliatório.
A narrativa desenvolve-se com um estilo seguro, mas não escapa de alguns clichês. O final da obra foi particularmente decepcionante e previsível, beirando um discurso melodramático. Mesmo que proponha intertextualidade com a tragédia, a catarse precisaria ser menos forçada.
Ainda que as raízes múltiplas da escritora já fossem temática suficiente para sua escrita, ela ancora o romance "Home Fire" em outro ponto do mapa e do espaço: sua obra é uma releitura da história de Antígona, uma das tragédias clássicas de Sófocles.
O que a autora faz é dar uma roupagem nova a este mito fundador da cultura ocidental, trazendo a questão da dignidade do enterro para nossa época. Assim, questões bastante complexas, como a participação de jovens no Estado Islâmico e em ataques terroristas são analisadas sob um viés não maniqueísta - e tampouco conciliatório.
A narrativa desenvolve-se com um estilo seguro, mas não escapa de alguns clichês. O final da obra foi particularmente decepcionante e previsível, beirando um discurso melodramático. Mesmo que proponha intertextualidade com a tragédia, a catarse precisaria ser menos forçada.
Comentários
Postar um comentário